Um dispositivo eletrônico usado para bloquear o travamento de carros. Esta é a arma que bandidos têm usado para praticar furtos dentro de estacionamentos privados em Londrina. O objeto semelhante a um controle remoto de som automotivo neutraliza os sinais e impede que motoristas fechem o carro.
A nova fraude já é conhecida pela Polícia Civil, que investiga ainda a intensidade gerada pelos aparelhos. Um caso específico registrado no 6º Distrito Polícial, no Jardim Bela Suíça, tem ganhado destaque. A reportagem do Portal Bonde teve acesso ao documento do fato ocorrido na última semana no estacionamento de um hipermercado e um shopping na zona sul da cidade.
A pessoa relata que teve objetos de valor furtados do interior de seu carro. O veículo não apresentava qualquer sinal de arrombamento. A cliente repassou o caso à administração do estabelecimento para ter o prejuízo reparado.
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A vítima voltou no dia seguinte para retirar o documento necessário e levar até a delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Ela destaca ter tentado por três vezes estacionar o carro, mas em todas as situações as portas do carro não travaram.
Ela descreve que primeiro tentou parar no estacionamento do hipermercado. Em seguida procurou uma vaga na área do shopping. A terceira tentativa frustrada se deu na área coberta também do shopping. A solução foi procurar um local de intenso movimento e com a presença de seguranças. Só assim foi possível ir até o setor administrativo retirar o documento.
Em conversa com a reportagem, a pessoa disse ter recebido diversas mensagens de outras vítimas. Os relatos eram semelhantes e aconteceram em outros estacionamentos privados da cidade.
O investigador chefe da Delegacia de Furtos e Roubos de Londrina, Márcio Ilkiu, afirmou que a Polícia Civil acompanha casos parecidos. Ilkiu destacou que três pessoas já foram presas recentemente em outro shopping da cidade utilizando-se do aparelho para impedir o travamento dos carro. "Os dispositivos que temos conhecimento, inclusive o que apreendemos, têm uma distância curta para ativamento. Os criminosos se aproveitam do descuido das vítimas para agir".
O investigador, no entanto, acredita que o caso registrado no 6ºDP seja uma inovação fraudulenta. "Não temos conhecimento de um dispositivo dessa dimensão, que consiga bloquear o estabelecimento inteiro. É algo novo que está acontecendo e com certeza sendo usado para ações fraudulentas. Seria interessante que as vítimas registrassem boletim de ocorrência para termos conhecimento na (Delegacia de) Furtos e Roubos", acrescentou.
O delegado Acácio Gonzaga de Azevedo, do 6º Distrito Policial, indica que os aparelhos são adquiridos no Paraguai e entram de forma ilegal no País. O delegado confirmou a existência de outros casos com a mesma natureza criminosa. Ele reforçou que as ações são direcionadas e se caracterizam pela proximidade para que o aparelho neutralize o fechamento dos carros.
"O criminoso observa que a pessoa está estacionando e já enxerga uma possível vítima. Ele age principalmente ao perceber que o motorista deixou a bolsa ou outro objeto no carro", explicou o delegado.
Acácio adiantou que a Polícia Civil deve acompanhar mais de perto o caso relatado na reportagem. O objetivo é apurar a existência de uma aparelho de maior intensidade.
Enquanto isso, tanto Márcio Ilkiu quanto Acácio sugerem que os motoristas verifiquem sempre se as portas foram travadas. "Na hora de apertar a trava confirme se o carro fechou ou não. Confira sempre se tiver alguma dúvida", recomendou o delegado do 6ºDP.
O investigador da Furtos e Roubos acrescentou que qualquer problema deve ser comunicado à segurança do estabelecimento e à polícia. "Temos um bom relacionamento com os responsáveis pela segurança dos principais shoppings da cidade. O caminho é sempre relatar o ocorrido e repassar isso à polícia. A informação da vítima é essencial para chegarmos até os criminosos".