No limite
Em tempos de pós-verdade, o Coletivo Mobiliza Londrina promove, na noite desta quinta-feira (21), um bate-papo sobre como se portar nas redes sociais e como se prevenir nos ambientes virtuais para não ter dados e informações pessoais expostos. O evento "Guerrilha digital e militância política" vai focar em estratégias de marketing, comunicação e segurança nas redes sociais, com informações importantes mesmo para quem não tem atua na militância política ou social. Será às 19h, no anfiteatro maior do Centro de Ciências Humanas (CCH) da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
O evento desta quinta é continuação de outro bate-papo promovido pelo coletivo em agosto, mais voltado para o âmbito do direito. "A iniciativa veio após análise de um grande número de usuários de redes sociais vítimas de processos judiciais, principalmente vinda de políticos que não gostam que suas atuações sejam questionadas", explica a consultora de marketing e membro do Núcleo Feminista do Coletivo Mobiliza Londrina, Nádia Val. Em agosto, o Bonde mostrou que o vereador Filipe Barros (PRB) é autor de cinco processos contra mulheres por publicações em redes sociais.
A edição desta quinta tem a ver com a segurança, para que as pessoas não corram risco de perseguições, para que não tenham conversas pessoais divulgadas publicamente ou para se defender de ataques virtuais, comuns a quem tem militância evidente nas redes sociais. "Vamos abordar como podemos usar a rede social para prevenir que conteúdos fakes sejam espalhados, como denunciar textos com conteúdos de bullying ou agressões a outras minorias e como usar a comunidade do Facebook para barrar essa atuações criminosas", afirma Nádia, responsável por uma das palestras.
Apesar de ser preparado para quem atua em militâncias e ser focado em conteúdos políticos, Nádia afirma que o debate é válido também para outras pessoas, porque ninguém está livre de informações mentirosas divulgadas virtualmente. "Ontem, mesmo, uma parente acreditou numa corrente que dizia que havia um medicamento contaminado e começou a espalhar. Tive de esclarecer a ela que nem tudo na internet é verdade. É legal que participem porque porque ajudaremos a ter um olhar mais crítico e saber como essa comunidade virtual funciona", diz.
O evento é gratuito, mas haverá emissão de certificados para os interessados, por meio de uma parceria com a Associação Londrinense Interdisciplinar de Aids (Alia).