A tradicional Feira do Produtor, que funciona na avenida Rio de Janeiro, ao lado do Museu de Arte de Londrina (antiga rodoviária), vai mudar de endereço a partir do próximo domingo. Atendendo a reclamações feitas pelos feirantes sobre o declive daquela via, a Secretaria Municipal da Agricultura e Abastecimento está transferindo a feira para a rua Benjamin Constant. O declive provoca problemas principalmente em dias chuvosos, favorecendo a ocorrência de fortes enxurradas que causam danos às barracas e aos produtos ali expostos.
Com a mudança da feira, a rua Benjamin Constant permanecerá interditada nas manhãs de domingo, num trecho de dois quarteirões, entre a avenida São Paulo e rua Minas Gerais. Os ônibus do transporte coletivo que deixam o terminal pelo piso superior deverão subir a avenida São Paulo, entrar à direita na rua Sergipe, novamente à direita na rua Professor João Cândido, até alcançar a avenida Leste Oeste, prosseguindo pelo trajeto normal.
O secretário da Agricultura, Nilson Ladeia, disse não acreditar que haverá transtorno aos motoristas porque o horário em que a feira acontece registra pouco trânsito na área central. "Em pouco tempo eles (motoristas) deverão adaptar-se à mudança", observou.
Leia mais:
Passeios de pedalinho no Igapó 2 podem ser feitos até as 23h em Londrina
Código de Posturas será debatido em audiência pública na Câmara de Londrina
Espetáculo “O Pássaro Azul” encerra programação do Cena em Movimento nesta sexta em Londrina
Centro de Doenças Infecciosas amplia atendimento para testes rápidos de HIV em Londrina
Arrecadação
Sob responsabilidade da Secretaria da Agricultura funcionam em Londrina diversas feiras, situadas em locais diferentes e freqüentadas por um grande número de pessoas. Além da Feira do Produtor, a secretaria organiza a Feira Rural, Feira de Produtos de Época e Feira do Peixe Vivo. Com isso, há um giro de capital significativo, gerando benefícios para os produtores, mas também para o município. A Feira do Produtor, por exemplo, movimenta R$ 1 milhão por ano.
Segundo o secretário Nilson Ladeia o valor arrecadado é importante para os agricultores. "Por serem pequenos produtores, o valor arrecadado é considerável", ressaltou ele. Para ter uma banca em qualquer das feiras, o agricultor deve cadastrar-se na secretaria e aguardar uma vaga disponível. Após iniciar sua atividade, tem que informar, todos os meses, a renda obtida na comercialização de seus produtos.
Para Nilson Ladeia, outra vantagem é a ocupação de mão-de-obra, já que cerca de 500 pessoas trabalham na processo, desde o plantio até a comercialização dos produtos, gerando empregos no meio rural. O dinheiro permanece em Londrina com os próprios produtores, o que não ocorreria se os produtos fossem repassados para os supermercados de grande porte. Na opinião do secretário, essa atividade não aparece como fonte de recurso, mas é essencial por não implicar em grandes investimentos e gerar renda com baixo custo social e econômico.
A Feira do Produtor começou a ser realizada em março de 1980. Sua regulamentação, no entanto, ocorreu apenas em 1998, com a lei 7.288, que possibilitou a prática de venda de produtos variados no centro da cidade. De acordo com seu presidente, Sérgio Adoni, a feira já teve mais de 200 agricultores e hoje funciona com 90. Ele atribuiu parte dessa redução aos problemas com o declive da avenida Rio de Janeiro, mas disse acreditar que com a mudança para a Benjamin Constant, o número de feirantes volte a aumentar gradativamente.