O lavrador Odair dos Reis, o Có, 35 anos, sempre morou na pacata região do Vale do Cambezinho (zona sul de Londrina). Mas a calma do local está sumindo, não por causa dos ladrões ou do barulho, e sim por uma doença, transmitida pelos mosquitos, a Leishmaniose Tegumentar. ''Estou com mais medo de mosquito do que de ladrão'', confessa. Depois de 81 casos registrados em 2000, e apenas 55 confirmados em 2001, a moléstia voltou a crescer em Londrina, chegando a 89 casos em 2002. Foi um crescimento de 61% sobre o total de 2001.
Este ano, apenas dois casos foram repassados à Vigilância Epidemiológica até esta quinta-feira, mas no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Londrina, onde são tratados e orientados os pacientes com a doença, já são seis novos pacientes em tratamento.
É a primeira vez que Có está sentindo os efeitos da doença transmitida por um pequeno mosquito de asas brancas. Ela causa uma úlcera na pele, que, se não curada rapidamente, acaba obrigando o infectado a um demorado e dolorido tratamento à base de injeções. O lavrador ainda não sabe se a doença é mesmo aquela causada pelos protozoários do tipo Leishmania, mas diz que é ''quase certo'', de acordo com os sintomas e com o desenvolvimento visual da úlcera, um pouco acima do calcanhar direito.
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Em 2002, foram dois casos tratados no posto de saúde da Usina Três Bocas (zona sul). Nos três anos anteriores, não houve ocorrências. ''Não tivemos ninguém com dengue ainda. Aqui, a nossa preocupação é maior com a leishmaniose'', diz o enfermeiro Edvilson Cristiano Lentine, coordenador do Saúde da Família e dos postos de Saúde de Três Bocas e do distrito vizinho, Maravilha. ''Em Maravilha, também tivemos dois casos no ano passado'', comenta o enfermeiro.
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