A família de Cecília Graciano da Silva, 60 anos, está revoltada com a morte dela, na manhã desta segunda-feira (28). De acordo com um dos filhos dela, que deu entrevista ao Programa Tribuna da Massa, da Rede Massa, o Samu demorou duas horas para chegar. No entanto, já não adiantava mais: a idosa tinha falecido.
O fato ocorreu na casa de Cecília Graciano, que fica na Rua Dois, no Jardim Marieta, na zona norte de Londrina.
Ela teria passado mal e desmaiado. Logo o filho ligou para o Samu, mas a resposta do outro lado da linha era sempre a mesma: "Eles diziam que não tinha ambulância disponível e até desligavam o telefone quando viam que a gente estava ligando de novo", disse o filho de Cecília.
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Moradores da região se revoltaram com o descaso do Samu. A reportagem do Bonde entrou em contato com o Samu e o médico responsável pela regulação das ambulâncias, Ricardo Parreira, prometeu um posicionamento ainda nesta tarde.
Samu
A direção do Samu não confirma o atraso no atendimento. Segundo o diretor Elêndio Cleber Câmara, houve "falta de informação" aos atendentes do serviço de Urgência e Emergência e a incompreensão dos familiares sobre a doença da vítima.
Cecília Graciano da Silva lutava contra um tumor no pescoço. A paciente era terminal. Mesmo assim, familiares mandaram um táxi transportá-la a uma casa de apoio, onde ela receberia aplicação de cobaldo. No entanto, temeroso, o motorista não aceitou encaminhá-la e ligou para o Samu.
O telefonema ocorreu às 12h22, segundo Câmara. "O taxista ligou pedindo atendimento à paciente. Familiares tinham pedido o transporte para uma casa de apoio. O taxista disse que a paciente estava consciente e respirando, mas que estava com medo de transportá-la", disse. Uma ambulância foi deslocada para o local às 12h30. "O encaminhamento foi feito com código amarelo", disse. A cor representa a gravidade do caso.
No entanto, só depois de uma conversa do médico de plantão com familiares, uma ambulância avançada foi deslocada para o local. "O médico classificou o caso como vermelho (urgência) e foi até lá com equipamentos especializados. Eles (familiares) até então não tinham avisado que a paciente era terminal. Nesses casos, o médico trata de forma sintomática, nem cirúrgico e nem clínico, apenas com aplicação de medicamentos para amenizar a dor", comentou.
Segundo protocolo, a ambulância chegou à casa às 13h21, mas a paciente já estava em óbito. "Tinham vários atendimentos graves com maiores informações que essa. Faltaram detalhes dos familiares. Minha opinião, faltou a família conhecer sobre a doença, faltou informações na solicitação da ambulância. Fora isso, o horário da solicitação (ruim), com esse trânsito maluco de Londrina", justificou.