A Procuradoria-Geral do Município prepara uma ação judicial em que deverá pedir a demolição do imóvel abandonado que fica no cruzamento da rua Belém com a Bahia, no centro de Londrina. A informação é da secretaria municipal de Planejamento. O prédio, que é a junção de dois imóveis, está desocupado há cerca de dez anos. O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) está em dia, no entanto, o lugar se tornou ponto de tráfico de drogas, prostituição e abrigo para pessoas em situação de rua.
“O imóvel da rua Belém é o símbolo do descaso e o proprietário do imóvel não cuida minimamente. Este espaço hoje oferece risco não só para a saúde pública, mas para a vida das pessoas. São muitas pessoas que passam por lá, que moram ao lado, tem escola. Nós estamos preparando uma ação judicial para pedir a demolição com a autorização da Justiça”, afirmou o secretário de Planejamento, Marcelo Canhada.
O imóvel foi fiscalizado, pelo menos, três vezes no ano passado pela Guarda Municipal, principalmente no segundo semestre. Na terça-feira (24), um homem de 33 anos que estava no mocó foi baleado na perna pela PM (Polícia Militar) após reagir a uma tentativa de abordagem na rua Bahia. Ele tinha um mandado de prisão em aberto por roubo e foi encaminhado para o HU (Hospital Universitário). Posteriormente, seria levado para a cadeia.
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Foi neste mesmo espaço que duas mulheres teriam sido abusadas por um policial militar e outra vítima foi importunada sexualmente entre o final de dezembro e a primeira quinzena de janeiro. O PM acabou preso e foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes. Quem mora na região ou tem comércio relata o clima constante de medo com a situação do imóvel. “Trabalhamos o dia todo, temos filhos em casa e tenho receio. Chego no terminal e desço a pé, mas passo por aqui com cuidado por conta do perigo que este local oferece”, relatou a cabeleireira Viviane Alves.
Empresas que ficam próximas a este cruzamento chegaram a fechar nos últimos meses ou mudar de endereço para evitar mais transtornos. “Temos clientes na loja, chega morador de rua e pede dinheiro, ameaça, ficam toda a hora querendo usar o banheiro. A noite são inúmeras invasões. Os comércios e as casas estão parecendo presídio, com as pessoas sendo obrigadas a instalar concertina, alarme e câmeras para quem fica nesse mocó, que têm criminosos, não invadir”, desabafou um empresário, que preferiu não ter o nome divulgado.
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