Nesta sexta-feira (19), a Prefeitura de Londrina, por meio da SMS (Secretaria Municipal de Saúde), apresentou os resultados do primeiro LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti) de 2024.
Após a vistoria de 10.043 imóveis em todas as regiões da área urbana da cidade, constatou-se que o índice de infestação da dengue está em 3,40%, o que significa que a cada 100 imóveis visitados, cerca de três estavam com focos positivos do Aedes aegypti.
Este é o índice mais baixo dos últimos cinco anos, porém ainda indica um estado de alerta sobre a infestação do mosquito.
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De acordo com as informações levantadas pelos agentes de combate a endemias, que fizeram a coleta dos dados em campo, 84% dos focos positivos foram encontrados nos quintais das residências. Os locais mais comuns são dentro de bebedouros de animais, vasos de plantas e água de chuva armazenada em objetos no quintal.
Os outros 16% foram encontrados dentro das casas das pessoas, geralmente em recipientes de degelo em geladeiras e pequenas fontes ornamentais.
A região mais afetada é a região leste de Londrina, que apresenta um IIVP (Índice de Infestação Vetorial Predial) de 5,08%. É a única região da cidade com índice considerado de risco, enquanto as outras áreas apresentam índices considerados de alerta.
A região sul apresentou um índice de 3,41%, nas regiões oeste e centro o índice é de 2,90%, seguidas pela região norte com índice de 2,81%.
Conforme a escala de Análise de Risco Entomológico seguida pelo Ministério da Saúde e pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o IIVP acima de 3,9% é considerado de risco. Entre 1% a 3,9% é estado de alerta e abaixo de 1% é satisfatório.
“Historicamente não se costuma ter duas epidemias seguidas, entretanto, os dados desse janeiro de 2024 são preocupantes. Existe a possibilidade de uma possível epidemia este ano também. Por conta disso, nossas ações nesse momento serão fundamentais, pois estamos em período de muito calor seguido de chuvas, cenário ideal para a proliferação da dengue. Então temos esse desafio de evitar que essa epidemia aconteça novamente. O recado maior para a população é a necessidade imediata da remoção de criadouros. Por isso, fazemos esse apelo, que cada cidadão cuide do seu quintal e das suas residências. Essa é a ação mais efetiva para o combate ao mosquito”, apontou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.
Os bairros mais preocupantes, apontados pelo LIRAa, são o Jardim Felicidade, que apresentou um índice de 36% de imóveis com dengue; seguido pelo Jardim Tarumã, com 17,1% de casas positivadas; São Jorge (15,8%); Roseira (15,6%); e São Pedro (15,5%).
Os dados da SMS apontam que, entre 1º e 19 de janeiro deste ano, Londrina teve 1.301 notificações de suspeita de dengue, dos quais 104 já foram confirmados e 98 descartados. Outros 1.099 estão em análise e nenhum óbito foi registrado.
FUMACÊ
Para contribuir com o combate ao mosquito Aedes aegypti, o município inicia, na tarde de hoje (19), a aplicação do fumacê em bairros de todas as regiões urbanas da cidade. Serão 700 litros do inseticida, aplicados em cinco ciclos com intervalo de três a cinco dias entre cada aplicação.
O intervalo pode variar devido a condições climáticas e, em caso de chuva, ventos fortes ou temperaturas não favoráveis a aplicação precisa ser adiada.
A aplicação do veneno começa pelos bairros da região sul da cidade e seguirá para a região leste, norte e oeste. Ao completar um ciclo em cada região, a aplicação retornará à região sul para iniciar o segundo ciclo, e dessa forma, sucessivamente, até completar todos os cinco ciclos previstos para todas as regiões.
Os bairros listados para receber o inseticida, na região sul, são o Jardim Santa Joana; Jardim Campos Elísios; Conjunto Novo Perobal; Jardim São Lourenço; Jardim Jatobá; Jardim Del Rey; Conjunto Cafezal I; Jardin Alto do Cafezal; Conjunto Cafezal II; Conjunto Cafezal; e Jardim Acapulco. Na região leste, por sua vez, são os bairros Jardim Aragarça; Conjunto Ernane Moura Lima; Conjunto José Bonifácio; Conjunto Guilherme Pires; Residencial Abussafe; Residencial Abussafe II; Conjunto Alexandre Urbanas; Jardim Meton; Vila Ricardo; Jardim Morumbi; Jardim Marabá; Jardim Santa Fé; Vila Romana; Vila Romana II; e Conjunto Eucaliptos.
Seguindo para a região norte da cidade, os bairros que irão receber o fumacê são o Conjunto Chefe Newton; Jardim Paraty; Jardim Palmas; Jardim Maria Celina; Assentamento Nossa Senhora Aparecida; Parque São Jorge; Residencial Jequitibá; Jardim Padovani; Residencial Vista Bela; e Moradas de Portugal. Por fim, na região oeste, os bairros são o Jardim Leonor II; Jardim Leonor I; Jardim Santa Rita; Conjunto Santa Rita; Jardim Leonor; Conjunto Santa Rita V; Jardim Maria Lucia; Jd. Santiago; Jardim Santiago II; e Jardim Santa Madalena.
Os horários de aplicação do veneno são das 4h às 10h e das 16h às 21h30, e irão ocorrer em todos os dias da semana.
Nesse período, a orientação da Secretaria Municipal de Saúde é para que a população proteja os animais domésticos, comedouros, bebedouros e alimentos, evitando a contaminação. E também é recomendado que todos mantenham os ambientes abertos e arejados para que o inseticida adentre nos imóveis.
Para a realização deste trabalho estão sendo utilizados quatro veículos da Sesa (Secretaria de Saúde do Estado), próprios para o fumacê.
CAMPANHA
A Secretaria Municipal de Saúde aproveitou a reunião do Comitê Gestor Ampliado da Dengue para anunciar o início da campanha 10 Minutos Salvam Vidas.
A campanha consiste na distribuição de panfletos com uma check-list por parte do Agente de Combate a Endemias, aos moradores das casas visitadas nas vistorias prediais.
Nesse panfleto, a população terá a informação de cada item do qual precisa se certificar que não há água parada ou exposta. Como, por exemplo, as bandejas de geladeira, vasos de plantas e recipientes plásticos.
O intuito da campanha é que as pessoas façam a vistoria frequente de seus quintais e residências e possam anotar no panfleto quais itens já foram vistos e quais ainda faltam verificar.
O material foi desenvolvido pela Coordenação de Controle de Endemias, e foi baseada em modelos já utilizados em outras cidades, porém adaptados para a realidade vista no município de Londrina.