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Em Londrina

Projeto proíbe venda de "pulseiras do sexo"

Luciano Augusto/Equipe Folha
31 mar 2010 às 08:20

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A reportagem publicada ontem (30) ela Folha de Londrina sobre o estupro cometido contra uma estudante de 13 anos e que teria ligação com o uso das ''pulseiras do sexo'' colocou as autoridades das mais diversas áreas contra a parede.

Numa reunião de última hora realizada à noite na Câmara Municipal de Londrina, com a presença até da Polícia Federal e da Receita Federal, ficou decidido que um projeto de lei proibindo a comercialização do acessório será apresentado na sessão de amanhã do Legislativo. Enquanto se discute se a proibição se estenderá ou não ao uso pelos estudantes, as instituições municipais, estaduais e particulares serão orientadas a debater o tema com a comunidade escolar.

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A notícia de que a violência contra a estudante teria ligação com um jogo sexual proposto pelas tais pulseirinhas pegou as autoridades completamente desarmadas. Se antes não haviam reclamações sobre crimes, agora surgem relatos mostrando que a pulseira extrapola a função unicamente estética entre os adolescentes.

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''Soubemos de uma situação em que uma menina de nove anos teve uma pulseira rompida e teve que mostrar os seios no banheiro da escola'', exemplificou a psicóloga do Centro de Referência Especializada às Crianças e Adolescentes (Creas), Clarissa Morales, que vai assistir a garota violentada e sua família. Outra psicóloga do Creas, Alessandra Rocha, citou que uma menina de 10 anos confidenciou que uma amiga de nove teria mantido relações com um menino que rompeu uma pulseira preta que ela usava. Cada cor do acessório corresponde a um ''castigo'', que vai de abraço ao ato sexual.

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Clarissa explicou que os acessórios coloridos - inventados na década de 1980 na Inglaterra - estão relacionados com um jogo de sedução, no qual os adolescentes sabem e aceitam as regras, embora muitos acreditem que elas não seriam seguidas. ''As crianças e adolescentes têm que ser orientadas de que podem sim ficar vulneráveis e se tornarem vítimas de violências'', alertou, se posicionando a favor do diálogo e contrária à simples proibição.


A promotora da Vara da Infância e Juventude, Édina Maria de Paula, lembrou que poderá encaminhar uma recomendação administrativa para que as escolas debatam o tema com professores, pais e alunos. ''Não é uma questão só de proibir mas temos que discutir e mostrar os riscos para as crianças e adolescentes'', destacou.

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Curiosidade


A assistente do Núcleo Regional de Educação (NRE), Marlene de Mello, informou que a recomendação para as escolas já havia sido feita e que todos estão orientados a ampliar a discussão na tentativa de compreender melhor qual a amplitude do problema e que medidas poderão ser adotadas para preservar os estudantes. ''As escolas é que vão decidir se proíbem ou não'', destacou.


Ela advertiu que a proibição imediata poderia ter até o efeito inverso, ou seja, aguçar a curiosidade juvenil a tal ponto que o uso das pulseiras ganhasse ainda mais impulso. Com base em comentários feitos por diretores, o NRE apontou que as pulseiras se disseminaram no ambiente escolar, com maior penetração entre alunos entre a 5 e 8 séries.

Algumas escolas públicas e particulares do município já proibiram o uso do acessório no ambiente escolar. Cidades catarinenses e do interior de São Paulo também já criaram leis proibindo a comercialização e o uso. Em Londrina, a vereadora Lenir de Assis (PT), que preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, irá encaminhar à sessão de amanhã um projeto de lei em regime de urgência que proíbe o comércio das pulseiras. Medida que o gerente administrativo do Camelódromo, Samuel dos Santos, garantiu que já teria sido tomada pelos seis lojistas que comercializavam o produto.


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