Com o Hospital da Zona Sul (HZS) fechado para finalização das obras de ampliação e a restrição no atendimento do Hospital Universitário (HU) por falta de recursos para aquisição de materiais, os serviços de encaminhamento de pacientes Samu, Siate e Central de Leitos de Londrina enfrentam dificuldades para conseguir vagas durante o feriadão de Carnaval.
De acordo com o coordenador médico do Siate e do Samu, Eduardo Galeazzi, a situação mais crítica é enfrentada pelo Hospital Zona Norte, que desde 10 de fevereiro, além de receber a própria demanda, tem acolhido pacientes do HZS. ''O hospital está superlotado. Estamos forçando um serviço'', afirmou ele, que ontem mantinha duas macas de ambulâncias na instituição para atendimento de pacientes que não conseguiram vagas nos quartos. ''Tivemos que mandar pacientes para Cambé e Ibiporã'', acrescentou.
Como o HZN é secundário e recebe apenas casos menos graves, outra alternativa foi tentar manter os pacientes de menor risco em domicílio. ''Na sexta-feira os socorristas tiveram que voltar duas vezes na casa de uma criança doente para verificar se ela continuava em condições de permanecer na residência.'' As equipes lidaram também com a resistência dos familiares em enviar os doentes para hospitais de municípios vizinhos.
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O coordenador avaliou que, além da falta de vagas, a logística está complicada. ''Pegamos pacientes na Zona Sul e atravessamos a cidade para deixá-los na Zona Norte. Nesse período, outras regiões ficam sem atendimento'', disse. A distância entre os dois hospitais é de 15 quilômetros e, segundo Galeazzi, são gastos pelo menos 40 minutos para fazer os trajetos de ida e volta.
Moradora do Conjunto Ernani Moura Lima (Zona Leste), a dona de casa Ana Agapita reclamou da dificuldade para conseguir realizar exames na filha que enfrentava falta de ar e dor no peito. Na madrugada de ontem, ela procurou o HU, mas foi orientada a buscar atendimento no HZN. As duas foram de ônibus até a instituição, onde a filha fez um eletrocardiograma. Por volta das 10 horas, foi avisada que teriam de retornar ao HU para fazer um raio-x.
O Hospital Evangélico também enfrentava superlotação ontem. A sala de emergência, que tem capacidade para dois leitos, abrigava cinco pacientes. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estava lotada, mas a instituição informou que vem enfrentando esta situação desde antes do início das reformas do HZS. Já na Santa Casa a situação na tarde de ontem estava tranquila e o atendimento no pronto-socorro era feito normalmente. (Colaborou Silvana Leão)