Possíveis mudanças na legislação municipal que trata da privatização, parcial ou total, da Sercomtel S/A Telecomunicações foram discutidas na tarde da ultima sexta-feira (2) em reunião coordenada pela Mesa Executiva da Câmara de Vereadores, com a presença de funcionários da companhia e de representantes de entidades da sociedade civil. Os parlamentares pretendem ampliar o debate sobre o assunto nas próximas semanas e não descartam uma visita à empresa para levantamento de dados complementares.
"Esta é uma decisão muito séria, que deve ser alicerçada por um amplo debate. Queremos ouvir a sociedade e também os anseios dos demais funcionários da companhia, que são quem melhor a conhecem internamente", afirmou ao final do encontro o presidente da Câmara, vereador Ailton Nantes (PP), ressaltando que a presença de um consultor, de um advogado e de um dos coordenadores da Sercomtel na reunião foi fundamental para que todos tivessem acesso a importantes dados técnicos da companhia.
Ainda com a presença dos vereadores Filipe Barros (PRB), Eduardo Tominaga (DEM) e João Martins (PSL), respectivamente 1º secretário, 2º secretário e 3º secretário da Mesa Executiva, além de Felipe Prochet (PSL) e Valdir dos Metalúrgicos (Solidariedade), a reunião desta sexta-feira foi uma resposta a ofício encaminhado no final do ano passado ao Legislativo e ao Executivo por representantes da sociedade civil. No documento, recebido durante o período de recesso parlamentar, os presidentes da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Claudio Tedeschi; do Sindimetal Norte/PR, Valter Orsi; do Sinduscon Norte/PR, Rodrigo Zacaria; e da Sociedade Rural do Paraná, Afrânio Brandão, solicitaram empenho dos vereadores na revogação da Lei Municipal 7347/1998, que prevê a realização de plebiscito para a venda de ações da Sercomtel quando a negociação implicar em perda do controle acionário pelo Município.
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Celeridade - Para os representantes das entidades que assinam o ofício, a situação da companhia municipal é grave e exige decisões rápidas para evitar a abertura de um possível processo de caducidade por parte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), se nenhuma medida for apresentada até agosto deste ano. "Em um mercado dinâmico como este das telecomunicações, é preciso tirar as amarras impostas pela lei. Não sabemos qual é a melhor solução, mas precisamos ouvir quem conhece o mercado, consultar especialistas para tomar a melhor decisão, com a rapidez necessária", defendeu Claudio Tedeschi.
Os funcionários da Sercomtel que participaram do encontro garantiram que não são contrários a medidas que garantam a sobrevivência da empresa, mas afirmaram temer a venda abaixo do valor real além de um processo de demissão em massa e a transferência de Londrina da matriz fiscal da companhia. "Não somos contrários à abertura (de capital) da empresa. Somos contrários a deixá-la sem controle. Estamos falando de 1.220 famílias que podem ser impactadas diretamente por estas mudanças. O que defendemos é que as decisões sejam tomadas com responsabilidade e que o interesse maior seja proteger a Sercomtel", disse Adalton Gomes, consultor da companhia.