Depois da rebelião do último domingo, que resultou na morte de um preso e deixou 40 feridos, o clima voltou a ficar tenso no presídio Aníbal Bruno, maior unidade carcerária de Pernambuco, localizada na zona oeste de Recife, que abriga cerca de 3.600 detentos.
Na noite desta segunda-feira, dois homens que cumpriam pena no pavilhão N foram mortos a pauladas e tiveram os corpos carbonizados. Um deles é Fábio Batista da Fonseca, de 30 anos, que estava preso por assalto e formação de quadrilha. O outro é Michel da Silva Correia, de 20 anos, preso por porte ilegal de arma de fogo.
O policiamento externo ganhou reforço com um efetivo da Rádio Patrulha e do Batalhão de Guarda. Além disso, o Batalhão de Choque da Polícia Militar também foi mobilizado para revistar a área interna da unidade. Cerca de 40 pessoas aguardam notícias do lado de fora dos portões da penitenciária
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Ontem à noite mais dois detentos que apresentavam ferimentos na cabeça receberam atendimento em um hospital. Agora pela manhã, um preso esfaqueado na barriga foi transferido para uma unidade hospitalar próxima do presídio.
O secretário estadual de Ressocialização , coronel Humberto Viana, justificou que embora tenha havido momentos de trégua entre os presos, a situação ainda não está controlada.
"A gente está até cauteloso em dizer que a situação está sob controle porque a cada seis horas surge um movimento novo. Toda agitação hoje é provoca por presos de vários pavilhões que querem matar outros detentos de alta periculosidade do pavilhão N. Já retiramos e isolamos esses presos para evitar que eles morram".
Segundo o sargento Ricardo Lima, chefe da guarda do presídio, a maioria dos presos está amotinada no campo, porque várias celas foram destruídas.
"Eles quebraram grades, cantina, a escola e estão numa área sendo supervisionados pelos policiais militares".
O juiz de Exucuções Penais, Adeildo Nunes, acredita que a situação de intranqüilidade no Aníbal Bruno ocorre principalmente devido a superlotação do presídio. Ele assegurou será aberta uma sindicância pela Secretaria Executiva de Ressocialização para apurar responsabilidades pelas ocorrências. Nunes disse ainda que é inevitável a transferência de pelo menos 800 detentos para outras unidades prisionais, uma vez que cinco pavilhões foram danificados.
ABr