A próxima edição do semanário satírico francês Charlie Hebdo, nas bancas a partir de quarta-feira (14) – a primeira depois do atentado, vai incluir caricaturas de Maomé e ter uma tiragem de um milhão de exemplares.
O advogado da publicação, Richard Malka, garantiu à rádio France Info que a revista vai incluir outras sátiras sobre políticos e religiosos.
"Nunca vamos ceder. Se não, nada disto teria sentido", frisou o advogado e colaborador do semanário, onde dois homens armados mataram na quarta-feira (7) 12 pessoas, supostamente em represália pela publicação de caricaturas do profeta do Islã.
Leia mais:
La Niña ainda pode ocorrer em 2024, mas sem força para reverter aquecimento, diz agência
Polarização é palavra do ano de 2024 para dicionário Merriam-Webster
Olimpíadas e chuvas no Sul dominaram as buscas do Google em 2024
2024 é o ano mais quente da história da humanidade, calcula observatório Copernicus
No domingo, 3,7 milhões de pessoas manifestaram na França contra o terrorismo.
O jornal Charlie Hebdo tem tiragem de 60 mil exemplares, mas a edição de quarta-feira terá um milhão e será traduzida em 16 idiomas, explicou um dos caricaturistas, Patrick Pelloux.
"Terá uma difusão excepcional como gesto de vida e sobrevivência", disse o advogado. Para Malka, o lema tornado popular depois dos atentados "Eu sou Charlie" é um "estado de espírito, que também quer dizer o direito à blasfêmia" e, por isso, a nova edição vai incluir caricaturas de Maomé.
O atentado de quarta-feira matou oito jornalistas e caricaturistas do Charlie Hebdo.
Os jornalistas do semanário satírico estão trabalhando nos escritórios do diário Libération, protegidos por um considerável aparato policial.