Começaram nesta quinta-feira as ações integradas de preservação ambiental da Barragem do Iraí, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. O esforço é para diminuir a concentração de algas, que têm provocado alterações no cheiro e gosto da água que abastece 70% da população de Curitiba e região.
Um posto da coordenação e informações para monitorar os trabalhos foi instalado na barragem. Cerca de 180 pessoas entre técnicos da Senepar, biólogos, bombeiros e policiais florestais trabalham em conjunto. "Temos que eliminar as fontes de alimentação das algas. Identificar os pontos onde há maior concentração de lixo e dejetos na região da bacia. É pelo esgoto, galerias pluviais e valetas existentes na região que elas se proliferam. Isso porque se alimentam dos nutrientes existentes nestes locais", explicou o presidente da Sanepar, Carlos Teixeira.
De acordo com o coordenador do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Luiz Bolicenha o IAP começou a monitorar a análise da água em 21 pontos da bacia. "Identificaremos se há coliformes fecais e matéria orgânica na bacia, bem como a quantidade de nitrogênio e fosfóro que alimentam as águas e fazem com que elas se reproduzam", disse Bolicenha.
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A Sanepar já fazia análise em sete pontos da barragem. O resultado das análises, que serão feitas diariamente, será divulgado na terça-feira. "De posse das análises saberemos os locais onde há maior concentração dos nutrientes para desenvolvermos ações que solucionem o problema", afirmou o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Luiz Antonio Vieira.
Nesta quinta-feira, o Corpo de Bombeiros retira o lixo acumulado na região do Iraí. Caminhões da Sanepar sugavam a gelativa esverdeada (formada pelas algas) ao leste da represa. "Com este trabalho integrado acontecendo diariamente conseguiremos minimizar o problema", disse o coronel Vieira.
Apesar dos esforços, o gosto e cheiro ruins podem ser eliminados tanto em seis meses quanto em cinco anos, conforme admitiu Teixeira. É o tempo que as algas levam para se decomporem.
Distribuição de panfletos junto com a conta de água para as mais de 39 mil famílias que vivem na região da bacia do Iraí também fazem parte do programa. "Elas tem que saber a forma correta de se eliminar os dejetos. Mais de mil residências da região não estão corretamente ligadas à rede coletora de esgoto", contou Teixeira. As prefeituras da Região Metropolitana também estão engajadas no projeto.
A Sanepar investe mais de R$ 1 milhão por mês em estratégias de combate às algas. Carvão ativado é colocado constantemente nas Estações de Tratamento de Água (ETA). Há mais de um mês 45 mil alevinos de carpas foram despejados na barragem para se alimentarem das substâncias. "Só daqui seis meses, quando os alevinos forem adultos é que teremos resultado significativo", admitiu Teixeira. A esperança da empresa é que o problema seja solucionado em março do ano que vem, quando a ETA do Iraí estará funcionando. Ela tem um sistema de flotação que raspará as algas antes da água entrar em processo de tratamento.