Um grupo de cinco ambulantes de Cascavel, incluindo uma grávida de nove meses, está fazendo greve de fome em frente à prefeitura. Eles trabalhavam nos terminais de transbordo e protestam contra a demora na aprovação de uma lei municipal que garanta o retorno ao trabalho.
A ambulante Rovena Siomar Gaspar da Rosa teme pela saúde do filho que deverá nascer nos próximos dias, mas garante que só interromperá o protesto após receber a garantia de que poderá voltar ao terminal de transbordo. ''Sei que meu filho pode ser prejudicado, mas quero trabalhar. Não adianta ele ter saúde se não tenho dinheiro para comprar comida'', declara.
Walter Douglas Franco informa que uma comissão de vereadores prometeu resolver o problema deles até o último dia 15. Na época que os ambulantes foram retirados dos terminais, no início de dezembro, três vereadores se comprometeram a aprestantar um projeto de lei que permitisse a atuação deles nos terminais. ''A gente confiou neles, mas fomos traídos'', reclama.
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Segundo Franco, que lidera o movimento, não adianta a assistência social da prefeitura entregar uma cesta básica para as famílias dos camelôs se eles não têm serviço. ''Queremos é trabalhar. Na hora de pagar água ou luz, ninguém vai aceitar uma lata de óleo ou um quilo de feijão como pagamento'', destaca.
A Secretaria de Comunicação Social da prefeitura informa que a questão dos ambulantes precisa ser resolvida pela Câmara, através da aprovação da lei. O vereador Adelino Ribeiro (sem partido) garantiu que nesta terça-feira seria protocolado o projeto de lei sobre a atuação dos ambulantes. Ele acredita que a proposta seja votado em menos de 30 dias.
O vereador diz que, pelo projeto, os 36 ambulantes serão divididos em dois grupos, com 18 atuando em um terminal. Mas somente seis poderão trabalhar de cada vez. ''Os usuários reclamavam muito que faltava espaço. Por isso, não podem trabalhar todos ao mesmo tempo'', afirma o vereador.
Os ambulantes foram retiradas pelos fiscais da prefeitura em meados de dezembro. Em seguida, devido à intervenção de um grupo de vereadores, conseguiram voltar. Em janeiro, foram novamente removidos dos terminais.