A aposentadoria, que para a maioria das pessoas da chamada ''sociedade civilizada'' representa o fim da idade economicamente ativa, para os índios caingangues de uma reserva em São Jerônimo da Serra (95 km ao sul de Cornélio Procópio) é sinônimo de status e ingresso na vida assalariada. Para os que conseguem se aposentar por idade, o salário de R$ 188,00 mensais significa, além de certa estabilidade, o agregamento de valor do idoso junto à comunidade.
A marca definitiva do capitalismo na aldeia indígena foi pesquisada pela assistente social Irma Basso, funcionária da Fundação Nacional do Índio, (Funai). O trabalho dela, intitulado ''A Aposentadoria Conquista o Índio'', é inédito no País.
A pesquisa foi apresentada no final do ano passado como trabalho de conclusão do curso de Serviço Social. A reserva de São Jerônimo - onde Irma concentrou a pesquisa, com cerca de 400 pessoas pertencentes às etnias cainguangue, guarani e xetá - tem 22 aposentados por idade.
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''Não existe uma lei federal específica que trate da aposentadoria indígena. Para que eles possam requerer o benefício, utilizam a legislação referente ao programa de assistência ao trabalhador rural, criado em 1971'', explica Irma. A idade para se aposentar é de 60 anos para os homens e 55 para as mulheres.
Das 17 reservas espalhadas pelo Estado, cinco delas se localizam na região Norte. De acordo com o censo da Funai de 2000, as reservas de Apucaraninha, em Tamarana (62 km ao sul de Londrina), Pinhalzinho, em Guapirama (55 km ao sul de Jacarezinho), e Barão de Antonina e São Jerônimo, ambas em São Jerônimo da Serra, possuem uma população global de 2.066 índios. Entre eles, 106 estão aposentados por idade - 5% do total das reservas. Nas demais reservas do Estado, o índice é semelhante. Existem índios que se aposentam por outras razões, como invalidez, mas esses casos são em menor número.
Leia mais na reportagem de Maranúbia Barbosa na Folha de Londrina/Folha do Paraná deste domingo