O Asilo Associação Vila Esperança, no Parolim, periferia de Curitiba, foi interditado depois que o Ministério Público entrou com uma ação cível pública denunciando falhas administrativas e maus tratos aos moradores. Os 65 idosos que moravam no local foram transferidos em uma ação conjunta da Fundação de Ação Social (FAS), Vigilância Sanitária, Guarda Municipal e Polícia Militar. Vinte e dois moradores voltaram para casa de familiares e 43 foram encaminhados para abrigos da FAS.
A presidente do asilo, Wilma Beninka, disse que vai reunir documentos que provam que a acusação do Ministério Público é falsa. "Somos uma entidade filantrópica que funciona há nove anos", rebateu Wilma. A associação recorreu da ação protocolada pela promotora Rosana Beraldi Bevervança, mas o recurso não foi aceito.
A ação foi protocolada em fevereiro, mas somente depois da juíza ter recusado os recursos da entidade, a remoção dos moradores foi determinada. A decisão de fechar o asilo foi da juíza Maria Aparecida de Blanco de Lima, da 3º Vara Cível. Wilma prometeu entrar com novo recurso, mas enquanto isso, a instituição deve se manter fechada.
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A transferência dos moradores aconteceu sob protesto dos idosos. "Sempre nos trataram bem aqui, nunca tivemos problemas", atestou o aposentado Oscar Ziemmer, que há sete anos mora no local. Ele dividia o quarto com mais seis idosos e pagava mensalidade de cerca de R$ 150,00. Segundo a presidente do asilo, a entidade era mantida com o pagamento das mensalidades dos idosos e doações de voluntários. O prédio onde funcionava o abrigo foi cedido pela instituição italiana OAS Criarte.
A coordenadora de desenvolvimento social da FAS, Sônia Maria Jamicki Benvenutte, acompanhou o processo de remoção dos idosos e disse que eles seriam transferidos para abrigos diferentes. "Estamos tentando agrupá-los de acordo com o grau de amizade que eles tinham aqui", garantiu.
Para remoção, os idosos passaram por um processo de triagem e foram divididos em oito abrigos da prefeitura. A FAS informou que tentou entrar em contato com os familiares dos idosos, mas muitos não foram encontrados. Foi o caso da aposentada Maria de Lourdes, uma das moradoras que temiam a remoção. "Não quero ir para abrigos da prefeitura. Aqui nos tratam bem", protestou.
De acordo com informações do Ministério Público, a ação que pediu a interdição do local e transferência dos moradores foi protocolada depois de denúncias anôminas feitas por voluntários e vizinhos do asilo. Desvios de verbas, recebimento indevido das pensões dos idosos e atendimento precário seriam as principais denúncias, segundo a procuradora do município Cibele Koelhler, que assessora a FAS.