Os bingos do Paraná estão na mira da Polícia e Receita federais. Segundo levantamento da Caixa Econômica Federal, 27 dos 29 bingos paranaenses estão irregulares com a nova legislação que regulamenta o setor. Em função disso, o banco já encaminhou à Polícia Federal, Receita e Ministério Público pedido para fechamento de todos os estabelecimentos no Brasil que não obedecem a lei.
No entanto, o Sindicato dos Administradores de Bingos do Paraná informou que todas as casas são legais e, por isso, vão continuar abertas. Ontem, a Polícia Federal em Brasília ainda aguardava a documentação, para depois estudá-lo e tomar alguma atitude. Ao todo, 155 dos 1.500 bingos do País serão investigados.
A briga entre os bingos e a Caixa começou quando governo federal repassou no ano passado o gerenciamento do setor ao banco. Com isso, as casas foram obrigadas a se recadastrar junto à Caixa. Mas a maioria dos estabelecimentos no Estado não obedeceu a data-limite, que se encerrou na última terça-feira. Apenas duas casas (veja tabela), obedeceram o prazo e agora estão tendo seus documentos avaliados.
Leia mais:
UEM aplica provas do PAS para quase 24 mil estudantes neste domingo
Itaipu celebra Dia Internacional da Onça-pintada
BR-376 em Sarandi será interditada neste domingo para obras do novo viaduto
Educação do Paraná prorroga prazo para matrículas e rematrículas na rede estadual
A Caixa mudou a forma de demonstração dos balancetes dos bingo, tornando-os mais transparentes. Agora toda documentação tem que ser aberta ao banco. Também foram solicitados documentos, como as autorizações da Receita Federal ou das delegacias das cidades. De acordo com informações da Caixa, sem esses documentos, necessários para conseguir o alvará, essas empresas terão que ficar fechadas, até a conclusão do processo burocrático.
Mas há um brecha na nova legislação estabelecida pela Caixa Econômica. O banco vai continuar aceitando as autorizações concedidas, até o dia 14 de junho de 2000, pelo extinto Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto (Indesp), secretarias estaduais de fazenda e loteriais estaduais. No estado, a maioria das casas conta com permissão emitida pelo Serviço de Loterias do Paraná (Serlopar). Porém, ao mesmo tempo o banco exige que as casas se enquadrem a nova legislação para poder operar.
O presidente do Sindicato dos Administradores de Bingos do Paraná, Jean Franco Cesare Zambom, informou que as 29 casas não temem ser fechadas. Todas contam com autorização emitida pelo Serlopar. Independente disso, os bingos vão tentar credenciar junto a Caixa.
Zambom prefere não informar quanto o setor fatura. Mas, atualmente, todas as casas repassa mensalmente 3% da arrecadação para o Serlopar. Isso representa de R$ 600 mil a R$ 640 mil ao mês. Essa quantia equivale a uma rentabilidade mensal no Paraná de cerca de R$ 20 milhões em 30 dias. O segmento emprega duas mil pessoas.