O bispo de Campo Mourão, Dom Mauro Aparecido dos Santos, disse ontem que não vê motivos para que o prefeito afastado de Mariluz, padre Adelino Gonçalves (PMDB), continue preso. "Não estou defendendo a inocência do padre. Isso é função da Justiça. Mas ele tinha o direito de responder em liberdade". Gonçalves está preso há cerca de 45 dias, em Curitiba, acusado de mandar matar dois políticos de Mariluz.
Na semana passada, Dom Mauro chegou a enviar uma carta ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, dizendo que está "angustiado" com a prisão do padre Adelino. "A carta não foi escrita no sentido de inocentá-lo, mas se ele não foi preso em flagrante, não é réu confesso, não tem antecedentes, por que continua preso?", questiona.
Na carta enviada ao STJ, Dom Mauro diz que não existe clima hostil contra o padre-prefeito em Mariluz. "O que existe é uma rivalidade política. O problema é a política. Algumas pessoas defendem o padre, outras atacam", ressalta. O bispo se queixa que alguns órgãos de informação vêm distorcendo informações sobre o seu posicionamento no caso. "Sempre defendi que se faça justiça. Não cabe a mim dizer quem é inocente ou culpado".
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Desde que o padre Adelino foi apontado como sendo o mandante dos assassinatos do vice-prefeito de Mariluz, Ayres Domingues, e do presidente local do PPS, Carlos Carvalho, o "Carlinhos Gordo". Dom Mauro procurou visitar todos os envolvidos. Ele já conversou com Gonçalves, em Curitiba, com o ex-policial militar José Lucas Gomes, que executou o crime, e com a viúva de Carlinhos Gordo. O bispo também tentou conversar com a viúva do vice-prefeito, mas ela não quis recebê-lo.