A Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias faz hoje em Brasília, às 10 horas, audiência pública para que a América Latina Logística (ALL) explique as causas dos freqüentes acidentes com trens no Estado. A ALL tem a concessão para explorar o transporte ferroviário de cargas na Região Sul e em parte de São Paulo.
O autor do requerimento, deputado federal Luciano Pizzato (PFL), diz que depois da privatização no setor, houve "retrocesso" na manutenção dos equipamentos e nas linhas. "Acidentes graves vêm ocorrendo, com consequências alarmantes em perdas de vidas humanas e danos ambientais", diz. Só este ano, foram registrados 12 descarrilamentos no Estado.
Pizatto afirma que o transporte ferroviário no Brasil está longe de alcançar os objetivos propostos na privatização, como a modernização do setor. A ALL também pode ser obrigada a prestar explicações na Assembléia Legislativa. O Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge) e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) encaminharam à Casa pedido de audiência pública no ano que vem.
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O diretor do Senge, Raska Rodrigues, justifica que os frequentes acidentes no Estado precisam ser esclarecidos. "A ALL tem uma concessão na Argentina que já foi alvo de pedido de cassação no Senado", diz. Os autores do pedido querem saber se a empresa vem cumprindo o cronograma de investimentos, a manutenção das locomotivas e programas de proteção do patrimônio público e de pessoal.
O Senge tem informações de que engenheiros da ALL estão trabalhando em média 12 horas por dia para deixar o ramal ferroviário em ordem. Desde a privatização da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), Rodrigues diz que os cortes de profissionais na ALL foram de 45%. Além da falta de pessoal, ele diz que "há grande suspeita dos acidentes estarem sendo causados pelo projeto SMUG".
O programa consiste na substituição de uma das três locomotivas que descem a Serra do Mar. Em vez de gerar energia, a locomotiva SMUG se movimenta ao captar o excedente da força produzida pelos outros dois trens. "Queremos saber se esse projeto está colocando a composição na faixa de risco e não na faixa de segurança."
A gerente de relações corporativas da ALL, Silvana Alcântara, disse que só poderia responder aos questionamentos assim que o convite para participar da audiência pública fosse oficializado. "Quando apresentarem o requerimento, vamos analisar. Se forem dados específicos, eles terão de pleitear as informações junto ao Ministério dos Transportes, que é o órgão fiscalizador", disse.