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Em Curitiba

Câmara pode criar comissão para acompanhar CPI do Transporte

Redação Bonde com CMC
10 fev 2014 às 14:48

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Começou a tramitar na Câmara Municipal de Curitiba requerimento para a criação de comissão especial para acompanhar as providências e resultados do relatório da CPI do Transporte Coletivo, apresentado no final de novembro do ano passado (051.00002.2014). Assinada por diversos vereadores e lida na sessão desta segunda-feira (10), a proposição ganhou força com a aprovação unânime no Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), na última quinta (6), da liminar que recomenda reduzir R$ 0,43 na tarifa técnica (valor repassado às operadoras do sistema).

O ex-presidente do colegiado, Jorge Bernardi (PDT), comemorou a "decisão histórica" do TCE-PR. "Fiz os cálculos e levantei que nos últimos três anos, desde a licitação com indícios fortíssimos de fraude, as empresas e a Urbs receberam quase R$ 400 milhões a mais. Para cada trabalhador que paga duas passagens por dia, isso representou R$ 805 tirados de seu bolso", avaliou o parlamentar.

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"Vamos exigir que a lei seja cumprida e o dinheiro do trabalhador, devolvido", completou Bernardi. Para a Professora Josete (PT), que também integrou a CPI do Transporte, "a caixa-preta está sendo aberta". Ela destacou a implantação da comissão especial: "Cabe a nós acompanhar o processo. Temos que ter uma tarifa justa e acessível".

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Durante o debate, Rogério Campos (PSC) reiterou sua proposta para a criação da Secretaria Municipal do Transporte Coletivo, que assumiria as atribuições da Urbs. Já Valdemir Soares (PRB) defendeu sua sugestão para se implantar tarifas econômicas, em horários alternativos.

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Comissões especiais


Foram lidos no pequeno expediente da sessão desta segunda-feira outros dois requerimentos para a criação de comissões especiais. Um trata da fiscalização do projeto do metrô, proposto por Tico Kuzma (PROS). Já o documento apresentado por Carla Pimentel (PSC) pretende acompanhar o cumprimento dos Objetivos do Milênio em Curitiba (leia mais).

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Segundo o Regimento Interno do Legislativo municipal, no máximo três comissões especiais podem funcionar simultaneamente. Uma já está em andamento, criada para acompanhar a realização da Copa do Mundo, enquanto as três solicitadas dependem de instrução da Procuradoria Jurídica (Projuris), parecer favorável da Comissão de Legislação, Justiça e Redação e aprovação em plenário.


CPI do Transporte

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Nos cinco meses de apuração, a CPI do Transporte Coletivo contou com a participação de todas as bancadas da Câmara Municipal de Curitiba. Instalada em 28 de junho, a CPI realizou quatro diligências e 28 reuniões (13 extraordinárias e 15 ordinárias). Foram ouvidas 26 pessoas, que totalizaram 110 horas de depoimentos, e apresentados 99 requerimentos com pedidos de oitivas, documentos e informações a empresas e órgãos públicos.


Nas 200 páginas do relatório final, constam sugestões para alteração de 15 itens da planilha usada para calcular a tarifa técnica. Também são pedidos diversos indiciamentos, por dois motivos: suspeita de fraude na licitação e sonegação fiscal.

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A determinação da medida cautelar acatada pelo TCE é que o desconto de R$ 0,43 seja aplicado a partir da definição da nova tarifa, o que deve ocorrer neste mês. O reajuste está previsto no contrato firmado entre a Urbs e os consórcios que respondem pelos quatro lotes do sistema.


"A CPI do Transporte chegou praticamente aos mesmos números do TCE, agora comprovados pelo órgão de Contas do Paraná", frisou Bernardi. O vereador considera que houve "enriquecimento sem causa" e "lucro abusivo".

"Neste mês, vou me reunir com um grupo de advogados e militantes sociais para estudar ação de devolução dos valores que foram cobrados a mais dos usuários do transporte coletivo nos últimos três anos, desde que a tarifa técnica foi implantada em Curitiba, a partir da licitação efetuada nas gestões dos prefeitos Beto Richa e Luciano Ducci", adiantou o ex-presidente da CPI.


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