No Paraná, os caminhoneiros suspenderam o movimento grevista neste final de semana. A pausa foi decidida após as autoridades federais e estaduais concordarem em receber os líderes dos caminhoneiros. Os líderes do movimento admitiram o risco de perder o controle da situação e decidiram pela suspensão do protesto, informou Nelson Canan, coordenador-geral do Movimento União Brasil Caminhoneiro, através de nota oficial.
Os encontros com o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, e com o secretário estadual dos Transportes, Nelson Justus, foram negociados na noite de sexta-feira, com a ajuda dos parlamentares Padre Roque Zimmermann (PT-PR) e do senador Osmar Dias (PSDB-PR), informou Neuri Leobet, presidente da Associação dos Caminhoneiros de Ponta Grossa. Durante o dia de ontem, não houve piquetes nem bloqueios de rodovias e o fluxo de caminhões fluiu normalmente, segundo as polícias rodoviárias Federal e Estadual.
O encontro com Justus acontece nessa segunda-feira, às 18 horas. E a audiência com o ministro, em Brasília, está marcada para as 15 horas de terça-feira. Os líderes dos caminhoneiros estão apostando nesse canal de negociação para que as autoridades possam atender as reivindicações do movimento grevista. André Felisberto, outro líder dos caminhoneiros, pertencente ao Movimento União Brasil Caminhoneiros, avisa que se o governo não atender as reivindicações da classe, voltarão com força redobrada ao movimento no início da semana. Ele disse que a classe conta com o apoio da população.
Leia mais:
MPPR denuncia técnico de enfermagem suspeito de abuso sexual contra paciente
Cambé promove mutirão de limpeza contra a dengue na região do Novo Bandeirantes neste sábado
Zezé di Camargo e Luciano, Sorriso Maroto e Gustavo Mioto estão entre as atrações do Verão Maior Paraná
IAT orienta sobre cuidados com filhotes de aves encontrados fora do ninho
Segundo Leobet, o clima ficou muito tenso na noite de sexta-feira e as lideranças temeram a perda do controle do movimento. A tensão foi provocada pelo confronto na BR-277, em que seis pessoas ficaram feridas e 58 foram presas. Além disso, circularam informações de que teriam ocorrido duas mortes de caminhoneiros, não confirmadas pelas autoridades policiais. Uma morte teria ocorrido em Santa Catarina e outra no Rio Grande do Sul. Para agravar a situação, o acidente ocorrido nas imediações de Guarapuava, que resultou na morte de três policiais militares, também acelerou a decisão de suspender o movimento durante o final de semana.
Para Leobet, a audiência com as autoridades foi marcada após muita negociação e interferência dos parlamentares. " As autoridades precisam entender que não vivemos mais o período da ditadura e queremos o diálogo." Para o líder, os caminhoneiros não são bandidos para serem presos nas estradas. " Ele estão fazendo um movimento com reivindicações para melhores condições de trabalho" , insistiu.