Desde a criação da Semana Mundial de Aleitamento Materno, há dez anos, campanhas lançadas anualmente vêm conseguindo aumentar em 1% a 2% por ano o número de mulheres no Paraná que alimentam seus filhos exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade. Curitiba é uma das cidades onde a amamentação vem sendo mais praticada: 77% dos bebês até 6 meses mamam no peito. O número é um pouco acima da média do Estado, onde o Ministério da Saúde aponta que 72% dos bebês são amamentados até o quinto mês de vida.
O objetivo do Ministério da Saúde é ainda mais audacioso: fazer com que todos os bebê sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade. A partir de então, outros alimentos devem ser agregados gradativamente à alimentação, mas a mãe deve continuar amamentando seu filho pelo menos até os dois anos de vida.
Este ano, o tema da Semana Mundial de Aleitamento é "Amamentação é informação", numa tentativa de informar as mães não apenas sobre a importância do leite materno para a saúde do bebê, mas também sobre seus direitos, de modo a conciliar a vida de mãe e trabalhadora. "Muitas mulheres nem sabem que uma empresa com mais de 30 mulheres tem obrigação de ter um berçário ou creche, por exemplo", diz Margot Friedman, coordenadora do programa de Aleitamento Materno em Curitiba.
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Para a coordenadora do Ciclos de Vida da Secretaria Estadual de Saúde, a médica Maria Angélica Lima Motta Vieira, o poder público também tem aumentado sua atuação no sentido de garantir melhor atendimento à mulher e crianças. Hoje 11 hospitais do Estado (7 em Curitiba, 3 em Londrina e 1 em Ponta Grossa) têm o título de Amigo da Criança, concedidos pela Unicef às instituições que seguem os dez passos de incentivo ao aleitamento materno. Outros 40 hospitais, segundo ela, já fizeram cursos para aderir à rede dos Amigos da Criança. Outro indicativo de que o Estado preocupa-se com a amamentação, para ela, é a existência de seis bancos de leite humano da rede estadual.
"O bebê humano é como um canguru, que só termina de se formar fora do corpo. O aparelho renal, sistema nervoso central, aparelho digestivo só se formam depois. Por isso, o bebê não está preparado para receber leite artificial antes dos quatro meses", diz Margot, lembrando que o leite materno é responsável por repassar conteúdo imunológico ao bebê.
Um bebê que não recebe leite materno, segundo ela, tem cinco vezes mais chances de ser hospitalizado, uma vez que tem 14 vezes mais chances de ter diarréia, cinco vezes mais risco de ter pneumonia, além de aumentar o risco de diabetes e obesidade na fase adulta. O leite materno também melhora o coeficiente de inteligência da criança.