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Em Curitiba

Caravana da Anistia inaugura Caminhos da Resistência

Agência Estadual de Notícias
26 out 2012 às 12:10

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- Divulgação/AEN
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Foram inaugurados em Curitiba nesta quinta-feira (25) quatro dos sete Marcos da Memória que formarão o roteiro Caminhos da Resistência ao regime militar iniciado em 1964. O primeiro marco foi inaugurado pela manhã ao lado do prédio do antigo Presídio do Ahú. No período da tarde, foram inaugurados outros três: no pátio da Reitoria, no prédio histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade, e na Boca Maldita.

As inaugurações fazem parte da Caravana da Anistia, que continua nesta sexta-feira (26) na Capital. A organização é da Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Fórum Verdade da UFPR, e Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, com a participação da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná.

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A proposta do roteiro Caminhos da Resistência é mapear os locais ligados à violação dos direitos humanos no período da ditadura militar 1964/1985, além de identificar pessoas que devem ser homenageadas por sua luta pela liberdade na época.

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Durante o ato, no Ahú, a secretária estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes, disse que "o objetivo é de resgate à memória histórica do que aconteceu aqui na época da ditadura e principalmente as prisões em celas individuais, celas escuras, onde mais de quatro mil pessoas foram presas só no Paraná, das quais mais de mil sofreram tortura".

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Presentes ao mesmo evento, várias lideranças lembraram a lei de indenização a ex-presos políticos, proposta pelo então deputado estadual Beto Richa e aprovada, em 1995, por unanimidade pela Assembleia Legistiva. "Claro que a indenização proposta pela lei acaba sendo simbólica em razão de todas as atrocidades que foram cometidas. Mas é uma lei que acabou repercutindo e servindo de modelo a muitos outros estados brasileiros", destacou Maria Tereza.


Membro da primeira Comissão de Indenização de Ex-Presos Políticos do Paraná, criada pela lei, e ex-preso político, Narciso Pires disse que "essa lei mudou a nossa cabeça. Éramos resistentes a essa proposta, mas foi a partir dela que começamos a entender o papel e a responsabilidade do Estado em todos aqueles atos de perseguição e tortura. Foi um momento importante de conscientização política mais abrangente", disse ele.

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Gerson Zafalon, também ex-preso político e membro da mesma comissão, inclusive nas suas duas reedições já na década seguinte, tem a mesma opinião. "Mais do que a questão financeira, a lei permitiu uma resgate da verdade. Deu oportunidade para essas pessoas falarem sobre sua luta e seu sofrimento e trazer uma verdade que estava escondida", destacou. Para outro ex-preso político, presente ao evento, "essa lei deu uma satisfação e um reconhecimento moral a essas pessoas que lutaram por um Brasil independente. Foi também o reconhecimento da injustiça cometida pelo Estado naquele período", afirmou João Bonifácio Cabral Júnior.


O período da noite desta quinta-feira foi reservado para o lançamento de várias obras relacionadas ao período da anistia: "A Anistia na Era da Responsabilização - O Brasil em Perspectiva Internacional e Comparada", "Justiça de Transição - Manual para a América Latina" e "Paulo Freire – Anistiado político brasileiro", publicadas pelo Ministério da Justiça, e "1968 - Ditadura abaixo", da jornalista paranaense e ex-presa política Teresa Urban. Outro destaque da noite é o lançamento do documentário "Eu me lembro", com a presença do diretor Luiz Fernando Lobo.


Sexta-feira – As atividades da Caravana da Anistia se concentram nesta sexta-feira (26) na sede da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB/PR), onde ocorrerá a Sessão de julgamento de requerimentos de anistia política, pela Comissão Nacional de Anistia.

Será apurada a responsabilidade do Estado brasileiro num dos maiores volumes de pedidos de anistia, com o julgamento de 42 casos em que se pede a reparação das violações de direitos cometidos no Paraná, pelo regime militar, tanto contra paranaenses quanto contra cidadãos de outros Estados. A sessão de julgamento contará com a presença do secretário Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, Paulo Abrão.


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