Na tentativa de restabelecer a normalidade nas penitenciárias de Mato Grosso do Sul, 20 presos que têm ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC) foram transferidos nesta quinta-feira (24), em caráter emergencial, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no oeste do Paraná.
De acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), a transferência foi feita a pedido da Secretaria da Justiça e Segurança Pública do Estado, "com base no decreto estadual 51, que estabeleceu situação de emergência, em decorrência de colapso no sistema penitenciário".
Os presos foram conduzidos até Cascavel em um avião da Força Aérea Brasileira, escoltados pelo Comando de Operações Táticas da Polícia Federal e por agentes federais de Mato Grosso do Sul. Ao chegar a Cascavel, os presos foram transferidos para um ônibus e escoltados até Catanduvas, distante aproximadamente 50 quilômetros.
Leia mais:
Ibiporã continua à espera de ambulatório veterinário
Homem é preso com peixes e patas de capivara em Operação Piracema em Jaboti
Veículo de Londrina se envolve em colisão com morte em Ibaiti
Apucarana promove formatura de curso de formação em Libras
Com essa nova remessa, já são 37 os presos que ocupam a penitenciária inaugurada no dia 23 de junho. Ela tem 208 celas individuais e mantém um sistema de segurança máxima, com equipamentos modernos. Entre os presos transferidos para o Paraná, 15 estavam no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande e outros cinco vieram do Presídio de Naviraí.
Segundo a assessoria de Comunicação da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, o monitoramento maior sobre esse grupo começou após as primeiras rebeliões em massa realizadas em São Paulo e que se estenderam para outros Estados, inclusive os cinco presídios de Mato Grosso do Sul e seus quase 9 mil detentos.
Tendo a fronteira com o Paraguai de um lado e a divisa com São Paulo de outro, a preocupação das autoridades da segurança sul-mato-grossenses passou a ser encontrar uma forma de desmantelar a célula da facção criminosa.
A situação ficou tão grave, que o diretor do presídio de Campo Grande, Luís Carlos Ranieri, precisou deixar a cidade, em função de ameaças contra sua vida. As informações eram de que a trama estaria sendo planejada em São Paulo. Esta semana foram presas 11 pessoas, entre elas uma advogada e um cabo da Polícia Militar, que supostamente estariam fornecendo celulares para presidiários. O isolamento na unidade de segurança máxima de Catanduvas foi a alternativa encontrada para desmobilizar a célula da facção. (AE)