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Censo da pobreza mostra dura realidade no Paraná

Israel Reinstein - Folha do Paraná
05 abr 2001 às 10:32

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De cada 100 famílias moradoras no Paraná, 17 sobrevivem com menos de meio salário mínimo, que é de R$ 180,00. A média estadual moradores por casa é de 3,6 pessoas por domicílio. As informações constam no relatório Síntese dos Indicadores Sociais, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar desse dado ser alarmante, as condições sociais do Paraná melhoraram, durante o período da pesquisa - feita entre 1992 a 1999. Porém, o Paraná apresenta os piores indicadores do Sul do Brasil.

De acordo com o estudo do instituto, era maior o número de famílias que viviam, em 1992, com a metade de um salário mínimo. Naquele ano, de cada 100 famílias, 25 se equilibravam com este orçamento. A pesquisa também traz indicadores da Região Metropolitana de Curitiba. No mesmo período, o percentual baixou de 15,8% para 8,6%.

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Neste mesmo período, o controle das finanças nas famílias passou a ganhar tons femininos. Pelos dados do IBGE, as mulheres passaram a administrar 21,1% dos lares no Paraná, contra 18,7% apurados em 1992. Na região de Curitiba, o percentual (26,4%) fica pouco acima da média nacional, que é de 26%. Do total de famílias na Capital, também cresceu o número de mulheres que sustentam a casa sem auxílio dos maridos. De cada 100 famílias, 15 são mantidas por mulheres.

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Nos oito anos de levantamento, a mortalidade infantil teve queda significativa no Paraná. Em 1992, de mil crianças nascidas, 32,4 nasciam mortas e 10,1 delas morriam antes de completar um ano de idade. Em 99, a mortalidade caiu para 24,3 entre os recém-nascidos, já entre os com menos de 12 meses de vida, esse percentual ficou em 5,7. Apesar da queda, os dados do Paraná estão distantes dos alcançados pelos estados do Sul do País. Na média da região, morrem 20,7 bebês a cada mil partos.


Ainda com relação à saúde, uma parcela significativa da população paranaense tem planos de saúde privados. No Estado, 22,1% tem outro serviço além do sistema público, contra 38,65 na grande Curitiba. Em compensação, o saneamento básico é baixo. Pelo IBGE, apenas 38,8% das famílias do Paraná depositam seus esgotos em uma rede coletora. Já na região metropolitana este número é maior e fica em 56,6%.

Apesar desse cenário desfavorável, a população no Paraná está vivendo mais. O Estado está mais velho. Em 92, seis de cem idosos passavam dos 60 anos. Hoje esse percentual subiu para 8. Porém, 15 de 100 que sobrevivem se sustentam com menos de meio salário mínimo.


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