Os funcionários do Centro de Distribuição dos Correios (CDC) da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), na região sul da capital, entraram nesta segunda-feira (16) no terceiro dia de paralisação. Apesar da definição sobre a greve no Estado estar prevista para ocorrer apenas amanhã, quando acontece a assembleia geral da categoria, a unidade realiza um protesto isolado, devido a uma questão trabalhista.
Um trabalhador foi demitido após não passar no período de experiência, o que gerou insatisfação por parte dos colegas. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom-PR), o movimento conta com a adesão de 80% dos carteiros do CDC. Já a estatal estima que somente 50% dos empregados tenham cruzado os braços.
"Já há algum tempo os trabalhadores de lá têm tido problemas com chefes truculentos. Houve um movimento e foi definido um ajuste com a empresa, que pediu uma segunda chance a esse chefe. Mas antes dele sair do setor, demitiu um trabalhador de forma injusta", afirmou um dos diretores do Sintcom-PR, Santino Sebastião da Silva.
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Segundo ele, a empresa alega que realizou testes via sistema interno, no entanto, os funcionários dizem que o setor onde o trabalhador demitido atuava é bastante difícil e que o critério utilizado foi "duvidoso". "Quem entende do que acontece no setor são os trabalhadores. Esperamos que a empresa abra um canal de diálogo", completou.
Outro lado – Os Correios informaram, por meio de sua assessoria de imprensa, que o empregado não passou no período de experiência, mas que não houve qualquer irregularidade no processo. Conforme a empresa, o motivo da demissão não será divulgado para não expor a relação entre companhia e empregado.
A estatal disse ainda que, apesar do protesto, não há prejuízo à população, pois as encomendas estão sendo encaminhadas para outra unidade. Um mutirão realizado no sábado e no domingo também teria contribuído para evitar possíveis atrasos.
Greve – O Sintcom-PR promove assembleias descentralizadas na noite desta terça-feira (17), em diversas cidades do Paraná, para decidir se a categoria paralisa as atividades a partir da 0h de quarta-feira (18). Em Londrina, a decisão será na CTCE da Rodovia Celso Garcia, no centro, às 19h, enquanto em Curitiba os empregados se reúnem na sede do sindicato, na Rua Engenheiro Rebouças, no mesmo horário.
Os trabalhadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia e Bauru (SP), que entraram em greve antes do restante do País, já aceitaram a proposta oferecida pelos Correios, de 8% de reajuste nos salários (reposição da inflação do período, de 6,27%, e aumento real de 1,7%) e 6,27% de reajuste nos benefícios.
Para Silva, porém, a proposta ainda está aquém do esperado. "Sempre há uma grande dificuldade em tratar com os Correios. Eles ofereceram 8%. Na realidade, como o nosso salário é muito baixo, de R$ 1.004, esses 8% não representam um grande aumento. Além das perdas que tivemos, precisamos de um ganho real. Os diretores não se solidarizam porque os salários deles são muito melhores do que os dos trabalhadores da base", criticou. (Atualizado às 11h31)