A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) de Londrina, registrou Boletim de Ocorrência (BO) nesta segunda-feira (01), na 10ª SubDivisão Policial, com pedido de abertura de inquérito para apurar responsabilidades na falsificação de correspondência da companhia. A correspondência somente chegou ao conhecimento da CMTU porque o destinatário não foi localizado pelos Correios, e o documento foi devolvido na sede da CMTU, quando foi constatada a falsificação.
Segundo o diretor de Transportes da CMTU, Wilson de Jesus, a correspondência chamou a atenção dos funcionários, inicialmente, pela falsificação grosseira do Brasão do Município e do timbre da companhia, e depois pelo teor da notificação, de n° 0509/2007, de 5 de setembro deste ano, que também não foi emitida pela companhia. A correspondência é endereçada a um cidadão, que pelo que se observa no texto, teria feito uma reclamação sobre a alteração de uma linha de ônibus, e estaria recebendo uma resposta da CMTU.
"Há muitas hipóteses possíveis, mas a mais provável é de que alguém ouviu o cidadão fazendo uma reclamação em uma emissora de rádio, anotou mais ou menos o endereço e falsificou a correspondência, como se fosse uma resposta da Prefeitura de Londrina. Percebemos claramente que há interesse político no ato, porque a resposta, em vez de acenar com alguma solução para o problema, culpa o cidadão que reclamou, imputando-lhe a responsabilidade pela situação", explicou o diretor.
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Na correspondência interceptada pela CMTU, a resposta se destina a uma pessoa que reclama da alteração de uma linha de ônibus no conjunto Tito Carneiro Leal (Saltinho). A correspondência responde a um cidadão que reclamava do fato do ônibus passar por uma determinada rua, oferecendo risco às crianças que brincam no local.
"A carta é como que se tivesse sido assinada por mim, que sou o diretor de Transportes da CMTU, e fala que a culpa das crianças estarem nas ruas é dos pais que não cuidam dos filhos, e que estes menores serão apreendidos pelos fiscais da CMTU com o auxílio da Polícia Militar", disse Wilson de Jesus. A carta é tão absurda que ameaça o pai a "procurar explicações no setor de abandonados (sic) da Vara da Infância e da Juventude", e que "esta é a única maneira dele evitar inclusive a perda tutelar do filho ou filha abandonado na rua".
De acordo com o diretor da CMTU, a companhia quer rigor da polícia na apuração dos fatos, para que os autores da farsa sejam localizados e responsabilizados civil e criminalmente pelo ato praticado.