Começaram nesta segunda-feira (5), no Fórum da Comarca de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), as audiências de instrução do processo que apura as denúncias de tortura contra os quatro primeiros suspeitos de terem assassinado a menina Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, em junho do ano passado. Entre os 21 denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), estão 16 policiais civis, incluindo um delegado; um policial militar, dois guardas municipais e dois presos "de confiança".
Os suspeitos são acusados de abuso de autoridade, tortura, falso testemunho, estupro e lesão corporal. As primeiras testemunhas ouvidas pelo juiz Leonardo Bechara Stancioli, da 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, são as arroladas pelo MPPR. Os quatro rapazes que teriam sofrido tortura estão entre as testemunhas. Em seguida, a defesa também apresenta suas testemunhas para, somente depois, os suspeitos serem interrogados. As audiências tiveram início por volta das 13h30 e prosseguiram durante toda a tarde. A expectativa é que audiências se estendam até o próximo dia 16.
Relembre o caso
Tayná desapareceu no dia 25 de junho no bairro São Dimas, em Colombo, por volta das 20h. Na tarde do dia 28 o corpo da adolescente foi encontrado em um poço localizado dentro de um terreno baldio. O caso chegou a ser dado como concluído com a prisão dos quatro suspeitos que trabalhavam em um parque de diversões da cidade. Entretanto, a investigação sobre o assassinato da adolescente foi reiniciada em 15 de julho, após determinação da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp).
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O primeiro inquérito, que apontava o envolvimento dos suspeitos (Adriano Batista, Sérgio Amorin da Silva Filho, Paulo Henrique Camargo Cunha, e Ezequiel Batista), não foi acatado pelo MPPR. Os promotores consideraram que não tinham provas suficientes para oferecer denúncia. O trabalho inicial de investigação foi posto em cheque por um laudo pericial da Polícia Científica apontando que o sêmen encontrado na calcinha da jovem não batia com o DNA de nenhum dos quatro suspeitos. Além disso, com as denúncias de tortura que teriam sido praticadas por policiais, os quatro rapazes foram soltos e incluídos no programa federal de proteção a testemunhas.
No dia 25 de junho deste ano as investigações sobre o caso completam um ano, ainda sem uma solução. O inquérito já passou pelas mãos de três delegados e agora está sob responsabilidade de Cristiano Quintas, da Delegacia de Homicídios (DH) da capital.