A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de irregularidades no sistema funerário alertou que pode existir mais um cartel dentro do esquema funerário de Curitiba. Trata-se do fornecimento de flores que, de acordo com depoimento de Roberto Getúlio Maggi, proprietário da Funerária Santa Felicidade e relações públicas do Sindicato das Funerárias, é feito por apenas uma empresa. A Flora Tassy, segundo o empresário, vende flores para as 21 funerárias que prestam serviços na Capital.
O diretor presidente da Flora Tassy, Francisco Macedo Machado, rebateu a acusação afirmando que sua empresa é idônea e não tem contrato firmado com nenhuma funerária. "Não exijo e nem obrigo ninguém a comprar em minha empresa. Não tenho culpa se o nosso serviço é de qualidade e somos procurados, inclusive, por funerárias da região metropolitana, as quais nem conheço os proprietários."
Outro assunto que gerou desconfiança de possível formação de cartel foi a tanatopraxia - processo em que é retirado o sangue do corpo do morto e injetado um composto com produtos químicos que paralisa momentaneamente o processo natural de decomposição. Para prestar esclarecimentos sobre este assunto, a CPI ouviu o médico Máximo Alfredo Asinelli Sobrinho, proprietário da empresa Tanatopar, única especializada neste serviço em Curitiba. "O depoimento deixou claro que não existe nenhuma regulamentação para a prática da tanatopraxia", concluiu o presidente da CPI, vereador Natálio Stica.
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Asinelli foi chamado a depor porque na última sessão da CPI, dia 30, a prática da tanatopraxia foi questionada. Ex-funcionários de funerárias também apresentaram anonimamente denúncias de que o sangue retirado do morto seria jogado em ralos e canaletas. Havia a suspeita, ainda, de que os processos químicos possam ocasionar danos ao meio ambiente. Em seu depoimento, Asinelli defendeu a necessidade de um médico responsável pela realização do processo. O médico também rechaçou denúncias de que sua empresa poderia estar poluindo o meio ambiente.
Os vereadores também questionaram a prática desnecessária da taxatopraxia em muitos casos em que é feita. Asinelli defendeu a tanatopraxia como forma de melhorar a aparência do morto e amenizar a dor dos parentes.