Com a chegada das altas temperaturas, acidentes com abelhas tendem a ser mais comuns no Paraná. Até esta quinta-feira (17), 41 casos já foram registrados neste ano e uma pessoa morreu. O paciente residente na região de Londrina recebeu mais de 3 mil picadas de abelha e não resistiu ao envenenamento.
Em 2012, o Estado registrou 432 casos somente nos três meses de verão (janeiro, fevereiro e março), o que representa 37% do total de ocorrências confirmadas durante todo o ano – 1.144. Além das condições climáticas, outro motivo está relacionado ao comportamento do animal, que ataca qualquer coisa que ofereça perigo à colmeia.
Segundo a bióloga especialista em abelhas, Solange Malkoski, o principal problema são as abelhas africanizadas que estão se alojando nos centros urbanos em busca de locais seguros para suas colônias. "O ataque é um mecanismo de defesa do inseto, pois ajuda a proteger o restante da colmeia, afugentando possíveis predadores do raio de localização da colônia", explicou.
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Dentro das casas e quintais, os locais mais comuns para a instalação de colmeias são os beirais de edificações, postes de iluminação pública, ocos de troncos de árvores, fendas em muros e paredes. Os acidentes também podem ocorrer durante o processo de migração da colônia, quando as abelhas se aglomeram em enxames para procurar outro local para estabelecer a colmeia.
Quando o acidente ocorre com poucas picadas, o quadro clínico pode variar de uma inflamação local até uma forte reação alérgica (choque anafilático). Já no de caso de múltiplas picadas pode ocorrer uma manifestação tóxica mais grave e, às vezes, ser até mesmo fatal.
No ano passado, quatro pessoas morreram em decorrência de picadas por abelha, três a mais do que o registrado por serpentes. "A diferença do veneno da abelha é que não há nenhum tipo de soro para tratamento, como ocorre para cobras, aranhas e escorpiões. Por isso é importante que o paciente receba assistência o mais rápido possível", disse a bióloga da Secretaria da Saúde, Giselia Rúbio. O risco de acidentes com vespas também é grande, pois diferente da abelha, ela não perde o ferrão na hora do ataque e pode ferroar mais de uma vez.
Em caso de acidentes, a Secretaria da Saúde recomenda que os ferrões sejam retirados imediatamente do corpo da pessoa, pois eles injetam todo veneno em poucos minutos. Se a pessoa for alérgica, acione imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) ou procure o serviço de saúde mais próximo. Mais informações ligue para o Centro de Controle de Envenenamentos pelo telefone 0800 41 0148.
Veja outras recomendações:
- Em caso de um ataque maciço, procure jogar-se na água ou correr em zig-zag por entre a vegetação, se for o caso.
- Jamais tentar mexer com enxames de abelhas e vespas.
- Pessoas alérgicas devem evitar locais onde existam abelhas e não usar produtos que exalem odores intensos, como perfumes e xampus, pois podem atrair estes insetos.
- Quando a pessoa for realizar atividades no campo, utilizar calçados fechados, calças e camisas com mangas compridas.
- Ao encontrar um enxame migratório, saia do local imediatamente.
- Se for detectado algum enxame localizado em um beiral, árvore ou quintal, evite provocar barulho e procure um profissional especializado para retirar a colônia.