A Associação dos Engenheiros do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (Aeder) vai apresentar ao governador eleito Beto Richa (PSDB) um projeto para recuperação da malha rodoviária estadual, batizado com o nome de Prorodar. Um dos principais pontos do projeto é a criação de 16 praças de pedágio em rodovias estaduais por onde passam mais de 3 mil veículos por dia. É das praças de pedágio que viriam os recursos para financiar as obras necessárias para recuperação das rodovias.
Entre os principais problemas citados estão a falta da terceira faixa, trevos mal dimensionados, necessidade de duplicação de alguns trechos e aumento do número de veículos em circulação, que só este ano é de quase 20%. O presidente da Associação dos Engenheiros do DER, Octávio José Rocha, que é superintendente do órgão em Maringá, diz que o atual governo fez o trabalho de recapagem em boa parte das rodovias, mas, segundo ele, isto não é suficiente Rocha avalia que as rodovias estaduais se encontram em uma situação caótica, o que pode trazer sérios prejuízos ao desenvolvimento econômico do Estado.
Por isso, acredita que o projeto deva ser implantado com uma certa urgência. ''Existem vários problemas crônicos que não podem ser resolvidos com paliativos. A logística rodoviária responde por 80% da riqueza do Paraná e o Estado não terá a competitividade necessária para alavancar o progresso se não fizer os investimentos necessários'', justifica.
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O engenheiro cita como exemplo de situação caótica a PR-323, na região Noroeste, entre Maringá e Umuarama. Em alguns trechos, passam cerca de 27 mil veículos por dia. Segundo ele, é comum o motorista enfrentar 10 a 15 minutos de fila em determinados momentos e, quando consegue a ultrapassagem, logo em seguida encontra outra fila.
O Programa Rodoviário de Ações para o Crescimento Econômico-Social do Paraná (Prorodar) foi elaborado pelos 140 engenheiros integrantes da associação e funcionários do DER. A entidade argumenta que o Produto Interno Bruto paranaense vai quase triplicar em 20 anos, passando dos atuais R$ 170 bilhões para R$ 496 bilhões, exigindo altos investimentos na conservação de mais de 10 mil quilômetros de rodovias e pavimentação de outros 1800 quilômetros.
O estudo é bem detalhado do ponto de vista técnico e inclui até mesmo os valores necessários para a recuperação da malha rodoviária. Segundo o levantamento, entre a disponibilidade do governo e o que seria necessário para a implementação das medidas há uma diferença de R$ 100 milhões por ano para conservação das rodovias. ''Esta é uma alternativa que oferecemos; agora, se o governo tiver o dinheiro em caixa, ela não se justifica'', afirma.
A ideia é que este montante seja arrecadado com a criação das novas praças de pedágio, com valores padronizados em todas as praças. A sugestão é cobrar R$ 1,50 para motocicletas, R$ 2 para veículos pequenos e R$ 2,50 por eixo para veículos de grande porte.
Rocha disse que já entrou em contato com o futuro secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, para apresentar o projeto e está aguardando uma reunião que deve ser agendada para a segunda quinzena de janeiro, já com a nova diretoria do DER.