O Programa Paraná Mais Peixe, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, produziu nos últimos cinco meses 20 milhões de peixes em estágio pós-larva para repovoamento do estoque pesqueiro nas bacias dos rios Paraná e Iguaçu. A produção superou as expectativas dos técnicos do Centro de Pesquisa de Piscicultura Ambiental (CPAA) do Instituto Ambiental do Paraná em Toledo, que esperavam produzir 10 milhões de peixes neste período.
Apenas neste mês, o IAP lançou nos rios de São Miguel do Iguaçu e Itaipulândia 20 mil peixes. Até o final de março outros 60 mil serão soltos nos municípios de Assis Chateaubriand e Jesuítas.
O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, explicou que o projeto Paraná Mais Peixe se diferencia por atuar em parceria com as prefeituras municipais. "O Estado repassa os animais em estado pós-larva para os produtores associados, que criam os peixes em tanques até estado juvenil (oito a dez centímetros), beneficiando o meio ambiente e aumentando a sustentabilidade financeira do pequeno produtor", declarou Rasca.
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O produtor entra com a manutenção dos tanques e com a ração para os animais e, posteriormente, dedica parte da produção para o repovoamento de rios e córregos da região que está localizado. O IAP oferece capacitações, ajuda técnica, além de apoio para a soltura dos peixes nos rios.
A prefeitura indica os produtores e também oferece técnicos, ração e auxílio posterior na soltura dos peixes juvenis nos rios. "Para participar, o produtor deve ter uma infra-estrutura mínima como tanque ou viveiro e rede de arrastão, entrando apenas com a mão-de-obra", explicou o presidente do IAP, Vitor Hugo Burko.
Na fase juvenil os peixes já podem ser soltos em ambiente natural. O produtor vai disponibilizar 70% da produção para o projeto de repovoamento e os outros 30% são de propriedade do produtor, que pode comercializá-los. A expectativa é que dos 20 milhões de larvas produzidas, 5 milhões atinjam a fase adulta.
Monitoramento - Segundo o coordenador do CPAA e do Programa Paraná Mais Peixe, Taciano Maranhão, engenheiro de pesca, o projeto está entrando em uma nova fase, que pretende investir em pesquisas científicas para avaliar a qualidade genética dos peixes soltos, através de parcerias com universidades. Também será feito monitoramento para avaliar o estoque das populações soltas.
"Estamos produzindo peixes a um preço relativamente barato e agora entramos em uma segunda fase do projeto com o monitoramento do rio, para ver se os peixes estão tendo sobrevivência, além de perceber problemas com cruzamentos através de monitoramento genético e de estoque", explicou Taciano.
Peixes – Pacu, Curimbatá, Piapara, Piracamjubá, e espécies de pequeno porte como Lambaris e Acará são alguns das 14 espécies nativas que estão sendo produzidas. As espécies de Pintados e Dourados estão em fase de estudo por se tratarem de espécies carnívoras que não se adaptarem aos tanques.