Organizações da sociedade civil lançaram na noite desta quarta-feira (11), em Curitiba, um dossiê apontando possíveis violações aos direitos humanos em obras relacionadas à Copa do Mundo de 2014. O documento, apresentado durante um evento na reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), reúne questões como falta de transparência na utilização de recursos públicos, pouca participação da sociedade nas tomadas de decisão e impactos sociais em comunidades afetadas pelas intervenções urbanas.
De acordo com a assistente social Andrea Braga, do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-PR), o trabalho começou em 2011 e partiu das experiências já acumuladas em outros megaeventos esportivos, como o Mundial da África do Sul. "O objetivo é agregar e articular várias organizações e coletivos para debater como esses eventos acabam impactando nas cidades e quais as intenções que os organizadores têm, além daquilo que já é expressado, na perspectiva da sustentabilidade", afirmou.
Entre as supostas violações destacadas pelo grupo estão a instituição de títulos de potencial construtivo em nome do Atlético-PR, dono do estádio que sediará a Copa, a Arena da Baixada, e a iminente remoção de pessoas que vivem nos entornos de intervenções urbanas, sobretudo em São José dos Pinhais, na região metropolitana, onde fica o Aeroporto Afonso Pena.
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Além do CRESS-PR e da UFPR, fazem parte do chamado "Comitê Popular da Copa" o Instituto Ambiens, o Observatório das Metrópoles, a organização Terra de Direitos, o Coletivo de Estudos sobre Conflitos pelo Território da Terra (Enconttra), representantes de comunidades populares, sindicatos e outros movimentos sociais.