Depois de passar dois dias num cativeiro, em poder de sequestradores, o empresário curitibano Cristian Diego Trevisan voltou para casa na noite de quinta-feira. Atendendo pedido dos sequestradores, os familiares e a polícia mantiveram o caso em segredo. Só nesta sexta-feira, com o refém já libertado, é que a imprensa teve acesso a informações parciais sobre o sequestro. O empresário não quis dar entrevistas.
O sequestro aconteceu por volta das 19h30min da última terça-feira, segundo informou o delegado Luiz Alberto Cartaxo, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Ao estacionar seu carro em frente à escola em que estuda Inglês, na avenida Manoel Ribas, em Santa Felicidade, Cristian foi abordado por dois homens armados, que entraram no carro. Um deles assumiu a direção e o outro sentou no banco de trás.
Cartaxo relatou que, ao chegarem a um local de pouco movimento, os sequestradores algemaram, amarraram, encapuzaram e colocaram Cristian no porta-malas do carro. Circularam, então, durante duas ou três horas para depois se dirigirem ao cativeiro. O empresário foi colocado num quarto escuro de uma casa de madeira.
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Os sequestradores fizeram contato com a família de Cristian na mesma noite. A polícia se negou a fornecer informações sobre o número de contatos até a libertação, o valor de resgate exigido e se houve ou não o pagamento. Cartaxo alegou que esse é um procedimento normal da polícia para preservar a família do refém e não interferir nas investigações.
Cartaxo disse que a polícia já tem muitas pistas mas não quis dar nenhum detalhe. Ele considerou o sequestro "atípico", devido às circunstâncias "estranhas" em que aconteceu e que serão minuciosamente investigadas.
O último contato dos sequestradores foi feito no início da noite de quinta-feira, horas antes de Cristian ser libertado. "Eles o obrigaram a fazer a ligação para o pai dizendo que estava tudo bem", afirmou Cartaxo. Pouco tempo depois, Cristian foi colocado em um carro, que segundo descreveu para polícia "parecia ser velho".
Ao pararem o veículo, os sequestradores orientaram Cristian a andar em linha reta, sem olhar para trás. Depois de alguns passos, o empresário abriu os olhos e pôde perceber que havia sido deixado no bairro Boqueirão, de onde tomou um táxi para voltar para casa.
Segundo a namorada de Cristian, Fernanda Ongarato, o empresário passou o tempo todo com os braços e pernas amarrados, mas não sofreu nenhuma agressão física. No tempo em que ficou no cativeiro foi bem tratado e alimentado pelos sequestradores e em nenhum momento chegou a ser ameaçado de morte.
"Mesmo assustado com a situação, Cristian conseguiu manter a calma e isso o ajudou a sair vivo." Ainda segundo Fernanda, o empresário não entende porque foi escolhido, já que não é uma pessoa que tenha o hábito de ficar se expondo.
O pai de Cristian, Sérgio Trevisan, também empresário, de família tradicional de Curitiba, prestou depoimento no início da noite, na delegacia do Cope, mas não quis falar com a imprensa.
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