Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade

Esgoto compromete água do Passaúna

Katia Michelle - Folha do Paraná
11 abr 2001 às 11:59

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Esgoto doméstico, dejetos humanos e excrementos de porcos estão sendo despejados diretamente na Represa do Passáuna, responsável pelo abastecimento de água na Região Metropolitana de Curitiba. O material orgânico contribui para a formação de algas na represa, causando alterações de gosto e cor na água. A situação levou ambientalistas a protocolarem na segunda-feira, no Ministério Público de Araucária, requerimento solicitando divulgação da análise da qualidade da água feita pela Sanepar.

O resultado da análise pode levar a Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária (Amar) a impetrar uma ação pública na Justiça, acusando a empresa de causar danos à saúde da população. A Amar contesta a nota oficial divulgada no último dia 8 pela empresa, informando que a água apresenta "excelentes condições de potabilização". Para a ambientalista Lidia Lucaski, a situação nos afluentes do Rio Passaúna é crítica.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


A Bacia Hidrográfica do Passaúna foi decretada Área de Proteção Ambiental (APA) em junho de 1990. Ainda assim, o local sofre com áreas de invasão, que apresentam saneamento e abastecimento precário. Segundo a Amar, as condições que a represa enfrenta hoje afetam diretamente a qualidade da água consumida.

Leia mais:

Imagem de destaque
Balanço semanal

Com 1.176 casos de dengue, regional de Londrina lidera registros de dengue no Paraná

Imagem de destaque
Norte Pioneiro

Motorista de caminhão é preso após acidente com morte em Siqueira Campos

Imagem de destaque
Luto

Morre o escritor Dalton Trevisan, o lendário vampiro de Curitiba, aos 99 anos

Imagem de destaque
7,84 milhões de litros por segundo

Chuvas quintuplicam vazão das Cataratas do Iguaçu nesta segunda


De acordo com Lídia, há duas semanas, quando moradores começaram a notar gosto e cheiro ruim na água consumida, a associação chegou a receber cerca de 40 reclamações de moradores por dia. A Sanepar garante que a situação foi controlada e que as reclamações realizadas por telefone para a empresa reduziram 60%. A empresa não divulgou o número de reclamações recebidas.

Publicidade


O gerente de distribuição de água da Sanepar, Celso Thomas, salienta que a quantidade de dejetos despejados representa pouco em relação ao volume armazenado e que não afeta a qualidade da água. A represa armazena 48 bilhões de litros de água e é responsável pelo abastecimento de cerca de 560 mil pessoas.


Para Thomas, a situação no entorno da represa não deve ser minimizada, mas está longe de ser "crítica". Ele afirma, no entanto, que a solução não depende apenas da Sanepar. O gerente da empresa recorda que a prefeitura está avaliando a relocação dos moradores da área invadida e que ação do MP determinou a transferência da granja de porcos Graziotto, que despejava excrementos. Quanto a captação do esgoto da área, ele informa que a Sanepar, por meio do programa Paraná San, vai resolver a situação até 2004, tratando o esgoto e transferindo o despejo para o Rio Barigui.

Publicidade


O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) começa hoje a fazer vistorias na região.


Segundo a Sanepar, o acúmulo de algas na Represa do Passaúna já foi controlado, e a qualidade da água que abastece a população está garantida. A empresa divulgou que as algas que proliferaram na represa na semana passada, causando alterações no sabor e odor da água, não eram tóxicas e não representavam riscos para a população. No entanto, os moradores ainda estão com receio de beber a água tratada pela Sanepar.

Publicidade


O agricultor Augusto Gsutenko, que mora há 15 anos no local, lembra que há pouco mais de um ano, bois e cavalos de sua propriedade, na beira do Passaúna, foram contaminados após beberem a água do córrego que despeja na represa e morreram. "Agora só utilizamos água tirada do poço que construímos".


Mesmo com os riscos, muitos moradores pescam na represa, a poucos metros de onde o esgoto é despejado. "Pescamos aqui para dar de comer as nossas famílias", diz o segurança Antônio dos Santos.

A dona de casa Rosane Aparecida de Oliveira, moradora da área de invasão Vila Conquista, diz que além do problema do gosto da água, a população da região sofre com a falta de abastecimento. "Falta água sempre", reclama.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo