Integrantes da União Paranaense de Estudantes Secundaristas (Upes) e da União Paranaense dos Estudantes (UPE) queimaram, pela manhã, um ônibus de papelão de três metros de comprimento, na Boca Maldita, em Curitiba. O ato simbólico fez parte de um protesto contra o reajuste de 13,7% na tarifa de ônibus do sistema integrado de transporte coletivo da Capital, que está vigorando desde domingo. Indignados, os estudantes também distribuíram panfletos com o telefone do gabinete do prefeito, Cassio Taniguchi.
"Liguem para o prefeito, digam para ele que este aumento é absurdo. Em janeiro a tarifa subiu de R$ 1,00 para R$ 1,10. Agora subiu para R$ 1,25. Quem sofre com isso são os cidadãos, os estudantes que deixam de frequentar a escola porque não têm condições de pagar as passagens de ônibus", discursava o presidente da Upes, Edemir Maciel. Disse, que o prefeito preferiu conceder o aumento nas férias escolares e só o divulgou no sábado com o intuito de evitar manifestações.
No início de agosto, quando recomeçarem as aulas, os estudantes prometeram que irão invadir os terminais de ônibus, Ministério Público e prefeitura. "Serão movimentos pacíficos. Queremos chamar a atenção da sociedade para o problema, para que estes aumentos parem de acontecer", disse Maciel.
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No início do ano, quando houve aumento nas tarifas, dois estudantes protestaram desfilando nus pela Rua XV de Novembro. Na ocasião estudantes também invadiram e apedrejaram ônibus. Atualmente cerca de dois milhões de pessoas se utilizam do transporte coletivo diariamente em Curitiba.
A vice-presidente da UPE, Angélica Alves, questionou a veracidade do slogan de "Capital Social" criado para Curitiba. "Esta é mais uma forma de se maquiar a realidade da cidade, pois os direitos sociais dos cidadãos não estão sendo respeitados", disse ela.
Angélica contou que, no dia 10 de agosto, véspera do Dia do Estudante, as entidades vão fazer manifestações contra o projeto de lei de autoria do deputado estadual Divanir Braz Palma (PST), de maio deste ano, que prevê a cobrança de mensalidades nas universidades estaduais do Paraná a partir do segundo curso de graduação do estudante.
"Desta forma, o governo estará se eximindo da responsabilidade de oferecer gratuitamente educação à população, o que é obrigatório pela Constituição Federal. Não podemos deixar que isso aconteça", afirmou.
O deputado Braz Palma rebateu dizendo que é a favor do ensino gratuito. "Só em caso de reprovação, dependência, e em casos cujo estudantes já tenha curso superior e esteja fazendo a segunda faculdade é que será cobrada a mensalidade. O Estado gasta R$ 300 milhões por ano para manter as universidades. Os recursos arrecados serão utilizados para manter as próprias instituições de ensino", justificou.