Cerca de 200 homens, entre policiais federais e soldados do Exército, fecharam nesta terça-feira a Estrada do Colono, que corta o Parque Nacional do Iguaçu e que era mantida aberta ilegalmente desde junho de 1997 por moradores e políticos de Serranópolis do Iguaçu (Oeste) e Capanema (Sudoeste).
Durante a chegada dos agentes ao portal da estrada, integrantes da Associação de Integração Comunitária Pró-Estrada do Colono (Aipopec) foram agredidos ao tentar evitar o bloqueio. Três pessoas foram detidas, entre elas os prefeitos de Medianeira, Luiz Suzuki (PT), e de Serranópolis do Iguaçu, Nilvo Perlin (PT).
A operação aconteceu às 11 horas, próxima à guarita que controlava a circulação de veículos dentro da estrada. Além de três helicópteros e uma lancha, pelo menos oito caminhões e 10 viaturas do Comando de Operações Táticas (COT) saíram da delegacia da PF em Foz do Iguaçu em direção ao local, distante 85 quilômetros. Segundo os moradores, ao serem informados por emissoras de rádio da região sobre a vinda de policiais, vários associados da Aipopec tentaram evitar a chegada do grupo bloqueando as pistas com carros. Os manifestantes foram detidos à força e algemados durante alguns minutos.
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Chegando à entrada, os agentes interditaram a guarita, cercaram a fachada com arame farpado e organizaram um grupo menor para entrar na floresta. A equipe retirou 60 crianças que visitavam o parque em dois ônibus e seguiu em direção à balsa usada para a travessia de carros no Rio Iguaçu. A balsa foi inutilizada pelos soldados, que usaram granadas na operação.
Enquanto 60 policiais formavam uma barreira na entrada da estrada, o restante da equipe descarregava equipamentos, armas e material para acampar. Depois de duas horas, tratores e retroesvadeiras foram solicitadas pelo comando para permanecer dentro da estrada. Segundo o comandante da "Operação Porto Belo", delegado Antonio Borges Filho, as ordens eram "fechar a via e interditá-la com o uso de máquinas", fazendo buracos e construindo cercas de arame farpado.
Cerca de 200 moradores impacientes acataram o pedido do prefeito de Medianeira, Luiz Suzuki, para que ficassem, no mínimo, 50 metros longe da entrada. ""Fizemos um acordo com o comando para que, até o meio-dia de amanhã (14/06), eles não destruíssem a estrada. Este é o prazo para conseguirmos uma liminar na Justiça"", explicou o prefeito de Medianeira. O advogado da Aipopec, Pedro Henrique Xavier, estaria tentando cancelar a ordem judicial, baseado em uma determinação do Supremo Tribunal Federal, deferida pelo relator Marcos Aurélio em novembro do ano passado.
* Leia mais em reportagem especial na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quarta-feira