A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pedágio, aberta pela Assembleia Legislativa do Paraná, tem até 4 de maio para apresentar o relatório final das investigações do sistema de cobrança de tarifa em rodovias do estado desde 1998.
Entre as principais frentes da CPI estão o sobrepreço no contrato original, ineficiência na fiscalização dos contratos e mudança no cronograma de obras.
Para o diretor-regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, o fato do pedágio ser encarado como assunto negativo por parte da população tem sido usado por parlamentares em ano eleitoral. "Falar mal do pedágio pega bem, é um censo comum. A CPI tem um mérito importante para a sociedade, porque desmistifica uma caixa preta que na verdade nunca houve. Mas é composta por parlamentares e, em um ano político, é natural que o discurso seja mais efusivo. Os documentos estão todos disponíveis, e a gente espera que o relatório saia de acordo com o que está lá", afirma Chiminazzo, lembrando que as empresas repassaram cerca de 55 mil páginas de documentos à Comissão.
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Uma crítica recorrente durante os trabalhos da CPI tem como base a comparação no valor aplicado na concessão da BR-101, entre o Paraná e Santa Catarina, em que a tarifa parte de R$ 1,70 para veículos de dois eixos. Nas rodovias do Anel de Integração, a tarifa mais baixa é de R$ 6,10, na PR-151 em Jaguariaíva.
"Os contratos foram feitos em outro momento econômico. Eles não pagaram outorga para ter a concessão, não têm trechos vicinais para cuidar sem cobrança, e o volume de investimento dado a importância do trecho é muito menor. Enquanto aqui passa um veículo pela praça de pedágio, lá passam oito", compara Chiminazzo.
Segundo a ABCR, até 2012, foram arrecadados R$ 10,5 bilhões com a cobrança de tarifas no Paraná. Em relação às despesas, R$ 4,5 bilhões estão relacionadas a custo operacional, com cerca de 5 mil empregados, R$ 2 bilhões em impostos, cerca de R$ 1 bilhão em despesas financeiras e R$ 3 bilhões em investimentos.