O biólogo Ricardo Miranda Britz, integrante da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), afirmou que a colonização agrícola e a falta de uma fiscalização efetiva foram os principais componentes para a degradação e destruição da floresta original da Araucária (tipicamente paranaense e conhecida como pinheiro) no Estado, que ainda sofrem com a ação do homem.
Atualmente, apenas 0,8% da cobertura original está bem conservada. Outros 28% estão em estágio médio ou inicial de preservação ambiental. "A floresta foi amplamente destruída e continua sendo degradada continuamente", denunciou ele, durante palestra ontem no Ciclo de Estudos Científicos de Biologia, no auditório do Centro de Ciências Biológicas e de Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Em algumas regiões, a floresta praticamente inexiste. São os casos das regiões Oeste e Noroeste, onde praticamente predomina a agricultura. "Nestas regiões temos pequenos fragmentos remanescentes. Temos que preservá-los", analisou. No Centro-Sul, a concentração de florestas com araucária é maior. No entanto, as matas estão degradadas.
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Britz alertou ainda sobre a extração da madeira, que continua sendo feita em áreas de boa preservação ambiental. Como é o caso da parte Norte do Parque Nacional do Iguaçu. "A extração beneficia poucos. A preservação destes locais e a fiscalização efetiva beneficiariam todos os paranaenses", salientou.
A fauna nas florestas com araucária também foi analisada. A bióloga Sandra Bos Mikich, especialista em zoologia, fez um levantamento das espécies de mamíferos e aves existentes em nove áreas remanescentes entre novembro de 1999 e outubro de 2000. Ela conseguiu detectar 52 espécies de mamíferos, 10 ameaçadas de extinção. Principalmente, animais de grande porte como antas e pumas.
Na pesquisa realizada, foi observada a existência de 251 espécies de aves - o equivalente a 74% das espécies vistas em florestas tipicamente de araucárias.
Na avaliação da bióloga, é fundamental que o Estado tome providências imediatas para evitar uma degradação ainda maior das florestas e da fauna. "Temos que conservar as melhores áreas do Estado e dedicar exclusivamente estas áreas para preservação. Temos ainda que regenerar as áreas com problemas e intervir no solo das que estão em piores condições", sugeriu.
Leia mais em reportagem de Luciana Pombo, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quarta-feira