Oito funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) começaram nesta quinta-feira uma greve de fome em protesto à indicação de Abrãao Miguel Fade Neto para assumir a Diretoria Regional da empresa no Paraná. Os funcionários alegam que Fade Neto, que atualmente ocupa o cargo de gerente, tem um histórico confuso dentro da empresa. ''Ele já foi acusado de irregularidades envolvendo desvio no destino da correspondência e não tem uma boa relação com os empregados'', diz um dos grevistas, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios (Sintcom-PR), Dany Alexandre Pereira.
Os manifestantes começaram a greve às 8 horas desta quinta-feira, em frente ao Prédio Central dos Correios, na Praça Santos Andrade, em Curitiba. Fade Neto dá expediente no local, mas não foi encontrado nesta quinta. A informação é que ele teria viajado, com retorno marcado apenas para a próxima quinta-feira.
De acordo com a assessoria de imprensa dos Correios, a empresa não vai se manifestar porque a indicação de Fade Neto ao cargo foi feita em conjunto com a diretoria geral e o Ministério das Telecomunicações. A diretoria regional informou, no entanto, que Fade Neto apenas foi indicado e que ainda não foi definido quem assumirá o cargo.
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Os grevistas prometem continuar a greve até que a empresa descarte a nomeação de Fade Neto. ''Ele é uma ameaça aos funcionários e aos Correios'', diz Pereira. Segundo ele, em 1990, Fade Neto foi indiciado em inquérito da Polícia Federal no Artigo 331 do Código Eleitoral e no Artigo 29 do Código Penal, por envolvimento em uma fraude na empresa. Ele e mais cinco gerentes teriam armazenado 157kg de correspondências que deveriam ter sido enviadas pelos Correios.
As cartas teriam sido postadas por Airton Cordeiro, que na época era candidato a deputado. Os cinco colegas de Fade Neto, acusados de participar da irregularidade, foram demitidos.