As gestantes da Região Sul do Brasil vão poder realizar testes preventivos de HIV gratuitamente. O Ministério de Saúde está disponibilizando R$ 5 milhões no trabalho de combate ao avanço da doença na região. A regra federal tomou como exemplo o trabalho em Curitiba, onde há dois anos já se realiza este tipo de procedimento. No Paraná, desde o começo do ano, a Secretaria de Saúde também passou a adotar nos pré-natais testes preventivos.
A medida foi a maneira encontrada para diminuir o número de recém-nascidos portadores do vírus HIV. Dados do ministério indicam que a transmissão vertical (de mãe para o bebê) vem tendo crescimento constante, com média de 30% ao ano desde 1993. No Paraná, não existem números isolados de quantos recém-nascidos têm aids. Mas os dados do ano passado mostram que crianças (0 a 13 anos) com a doença chegam a quase 2 mil pacientes. Em Curitiba, durante o ano de 2000, foram computadas 221 gestantes infectadas e 70 crianças com aids.
"As novas regras são uma maneira de diminuir a transmissão vertical", avalia Olga Laura Giraldi Peterlini, chefe do Setor de Controle de Doenças e Agravos, da Secretaria de Saúde. Segundo ela, a descoberta da doença ainda na gravidez evita que bebês desenvolvam o problema. O coordenador do programa municipal Mãe Curitibana, Edvin Javier Jimenez, explicou que a possibilidade do recém-nascido contrair aids cai para até 98%, quando medicado no momento certo.
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Jimenez explicou que entre 30% a 40% das gestantes com aids transmitem a doença aos filhos. Quando se começa a dar o coquetel contra a doença, a possibilidade do bebê pegar aids cai para 8%. E, depois, quando se realiza cuidados na hora do parto (como a opção da cesária no lugar do parto normal), a transmissão cai para próximo de 2%. Em Curitiba, o índice é de 2,9%.
Mas Toni Reis, do presidente do Grupo Dignidade, que dá apoio aos portadores de aids, adverte que é preciso dar retaguarda às mães soropositivas. Segundo ele, é preciso sensibilizar os médicos e equipes de saúde. Além disso, deve-se preparar grupos de apoio psicológico para mães, bem como existir medicamentos disponível para a distribuição as mulheres e crianças.
Reis contou que recentemente uma gestante foi denunciada na delegacia de Goioerê por colocar a vida de um médico em risco. "Ela tinha aids e não avisou o médico. E o caso acabou na Polícia Civil. Imagine o que pode acontecer em outras cidades do interior quando começar a pipocar resultados positivos de HIV", adverte Reis.
O presidente do Dignidade disse que em Curitiba este trabalho é realizado. na Capital, equipes multidisciplinares realizam dão todo suporte às gestantes que descobrem ter a doença.