Nesta terça-feira completa um ano de retomada da gestão pública dos 248 quilômetros da linha férrea entre Guarapuava e Cascavel (Centro-Sul ao Oeste do Paraná). Nesta mesma data, em dezembro do ano passado, a Justiça atendeu pedido do Governo do Estado e devolveu a operação ferroviária à Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste), depois de anos de subconcessão à iniciativa privada. Nos primeiros 11 meses de 2007, o volume de produtos agrícolas e insumos transportados pela ferrovia superou em 1,5% o total registrado em igual período de 2006.
De janeiro a novembro deste ano a Ferroeste transportou 1.408.789 toneladas contra 1.386.842 toneladas nos primeiros 11 meses do ano passado. No mês de novembro o volume escoado pela ferrovia, de produtos agrícolas de Cascavel a Guarapuava e insumos para os produtores no sentido inverso, foi superior a 19,2% do total no mesmo mês de 2006 – 159 mil toneladas em 2007 contra 128 mil toneladas no ano passado. Os números revelam a eficiência da gestão pública da operação ferroviária destaca o diretor de Produção da Ferroeste, Saulo de Tarso Pereira.
"Apesar de estarmos em um ano de dificuldades e de incertezas de frota, de pessoal e de manutenção e reparação de locomotivas e vagões, produzimos mais que a operadora anterior", informa. Pereira se referia ao fato da Ferroeste não dispor de locomotivas e vagões próprios para realizar a operação, nem pessoal para a restauração e manutenção dos equipamentos, motivo que praticamente paralisaram o transporte ferroviário no início do ano. Para manter a frota atual, composta por 13 locomotivas de baixa potência da década de 1960 e 50 vagões, foi necessário o governador Roberto Requião baixar um decreto de requisição dos mesmos.
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"Acreditamos que este desempenho é também uma demonstração de que poderemos ter melhores resultados no futuro", completa o diretor de Produção. A linha férrea do Paraná é a última e mais barata ferrovia construída no Brasil. A instalação dos trilhos ocorreu de 1991 a 1994, no primeiro mandato de Requião, e resulta de um convênio de cooperação com dois batalhões do Exército Brasileiro e investimento de US$ 363 milhões de recursos próprios do Governo do Estado.
No final de 1996 o Governo Jaime Lerner vendeu a subconcessão do trecho após um curto período de operação pública da ferrovia. O consórcio Ferropar, único a participar da licitação, venceu a concorrência com o lance mínimo de R$ 25,6 milhões. "Estamos vivendo um momento histórico. A Ferroeste avança a passos largos e firmes, depois de dez anos de pilhagem e ‘privataria’ que a paralisaram. Desde que o Estado do Paraná retomou a ferrovia, há um ano, as boas notícias não param de chegar", comemora o presidente Samuel Gomes.
AEN