Desde dezembro de 2002, quando foram proibidos por lei federal, todos os bingos no Paraná continuam operando de forma ilegal, mas não podem ser fechados devido a uma resolução do governo anterior, que ampara a atividade no Estado. Para acabar com esta situação, o Ministério Público pediu ao governador Roberto Requião a revogação da resolução.
Segundo o procurador do Estado, Luiz Fernando Delazari, esta resolução apenas omitiu a ilegalidade em que os bingos estão trabalhando. "O jogo do bingo foi transformado numa modalidade lotérica com o nome de Tribingo Paranaense, com toda uma maquiagem legal", diz.
As atividades do Tribingo Paranaense deveriam ser controladas pelo Serviço de Loteria do Estado do Paraná (Serlopar) mas, segundo Delazari, não há estrutura física e pessoal para uma fiscalização efetiva. "Como o sistema de fiscalização não funciona, os donos de bingo exercem suas atividades sem controle da receita estadual, o que favorece a sonegação fiscal", alerta.
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Outro crime associado aos bingos é a "lavagem de dinheiro", uma vez que a declaração fiscal é feita pelo proprietário dos bingos, sem cruzamento de informações. "O documento é baseado apenas nas informações do declarante, que pode dizer que arrecadou mais do que fez e embutir ganhos com atividades ilegais", exemplifica Delazari.
A autenticidade dos sorteios também é questionada pelo Ministério Público, que acredita haver a possibilidade de fraude no sistema eletrônico que realiza o sorteio, induzindo os jogadores ao erro.
Além disso, a facilidade de acesso às salas de bingo favorece o vício do jogo. O Ministério Público tem estudos que comprovam a relação do bingo com várias doenças sociais, como o alcoolismo e o tabagismo. "O bingo lucra com a miséria humana e pode causar desgraças num seio familiar", enfatiza o procurador.
"Todas estas irregularidades movem o Ministério Público a lutar contra o jogo de bingo", explica Delazari referindo-se ao ofício enviado pela procuradora-geral de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, ao governador Roberto Requião.