Os caminhoneiros do Paraná vão entrar rachados na paralisação nacional programada para a próxima segunda-feira (dia 29). As lideranças do Movimento União Brasil Caminhoneiro, que organiza a greve, não irão receber o apoio do Sindicato dos Caminhoneiros Autonômos do Paraná (Sindicam).
Ontem, o presidente do sindicato, Diumar Cunha Bueno, disse que a entidade não aceita uma paralisação neste momento, por não acreditar que possa trazer algum benefício à categoria. No entanto, coordenador regional do Movimento Brasil Caminhoneiro, André Felisberto, considera que a maioria dos caminhoneiros no estado irá cruzar os braços.
André Felisberto disse que na segunda-feira os caminhoneiros não sairão de casa ou ficarão estacionados nos postos. Segundo ele, não haverá piquetes nas estradas. Para engrossar a manifestação, ele disse que a categoria irá receber apoio de outras entidades, como sem-terra e revendedores de combustíveis. "Eles sabem que o movimento não tem credibilidade e por isso estão engajando todo tipo de pessoas para criar volume", criticou Diumar Bueno, do Sindicam.
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André Felisberto disse que a adesão de outras categorias é um sinal que o descontentamento atinge outras pessoas. Ele contou que alguns postos de beira de estrada já não estão comprando diesel aderindo a manifestação.
Os caminhoneiros reivindicam fim do pedágio, tabelamento do frete e redução do valor cobrado pelo diesel. "Os caminhoneiros estão vivendo um momento difícil, mas esta pauta é impraticável", criticou Diumar Bueno.
Para Bueno, o caminhoneiro está com uma situação delicada. "O vale-pedágio não funciona por falta de controle de um órgão fiscalizador e também das entidades que defendem os caminhoneiros", afirmou, acrescentando que apenas 40% das empresas pagam o vale. No entanto, André Felisberto considerou que o problema de pedágio acontece por desinteresse exclusivamente do governo estadual. "O governo criou o vale, mas não verificou o valor do frete. Assim, o dono da transportadora descontou do ganho do caminhoneiro o valor do pedágio", afirmou.
Ontem, o coordenador do Procon, Naim Akel Filho, disse que o governo vem autuando as empresas que não respeitam o vale-pedágio. Até o momento, o Procon registrou 324 notificações, sendo que 11 empresas acabaram recebendo multas da Receita Estadual. Além dessas, outras 378 também foram multadas pelo fisco estadual. "Quem tiver denúncias de coação para fraude do vale-pedágio deve denunciar, que o governo promete ir até o fim das investigações", afirmou o secretário da Justiça, Pretextato Taborda Ribas.