O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vai criar uma comissão para apurar a extensão dos danos na Fazenda Bom Jesus, em Antonina (Litoral do Estado), com a retirada ilegal do palmito do local. A decisão foi tomada após conclusão do relatório dos procuradores do Ibama, José Batista Lima e Ronaldo Loer, de Brasília, que estiveram em Paranaguá no mês passado para acompanhar o inquérito aberto pela Polícia Federal. O inquérito aponta a conivência de funcionários do instituto na retirada e venda do produto.
Segundo laudo da Polícia Federal, 30 mil unidades de palmito teriam sido retiradas da fazenda desde setembro do ano passado. No entanto, o delegado Ronaldo Pianowski de Moraes, responsável pelas investigações, não descarta a possibilidade da extração ter sido maior. Para concluir o inquérito e indiciar os responsáveis pelo crime, o delegado precisa do laudo de extensão dos danos na fazenda.
O laudo será feito por essa comissão, que será formada, "de preferência", por profissionais que não estejam ligados ao instituto, conforme revela o procurador José Batista Lima. No relatório concluído pelo procurador, a partir de dados das investigações da Polícia Federal de Paranaguá, Lima aponta a necessidade de acelerar o processo de regularização da área. "Não basta apenas constatar a irregularidade, precisamos evitar que ela volte a acontecer", enfatiza.
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Uma sindicância para apurar essa possível ilegalidade foi instaurada por Antônio Luiz Melo, superintendente do Ibama no Paraná, mas como o próprio Melo é acusado no inquérito aberto pela Polícia Federal de envolvimento na retirada do palmito na Fazenda Bom Jesus, o instituto, em Brasília, não considerou as apurações da sindicância. Melo está afastado do cargo por problemas de sáude e deve retomar a função na próxima semana.
Desde que começaram as investigações da Polícia Federal, dez pessoas já foram presas. Foram apontadas como receptoras do produto, as empresas Floresta e Tropical.
A Fazenda Bom Jesus está sob administração do Ibama há três anos e sua finalidade ambiental ainda não foi definida. A comissão a ser criada pelo instituto pretende definir também a destinação da fazenda.