Depois de permanecer cinco dias em cativeiro no Paraguai, o empresário de Foz do Iguaçu César Cabral, 60 anos, foi solto nesta terça-feira em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil. Ele foi sequestrado na quinta-feira quando retornava da sua fábrica de cigarros e foi libertado somente após o pagamento do resgate. O valor não foi divulgado.
A libertação aconteceu às 13 horas (horário de Brasília) no bairro San José, distante quatro quilômetros do centro de Ciudad del Este. Ele pegou um táxi e encontrou parentes no Paraná Country Clube. Em seguida, um policial federal, que é amigo do empresário, o levou para sua residência em Foz.
Oficialmente, a Polícia Federal limitou-se a interditar meia pista da Ponte da Amizade para facilitar a passagem da camionete onde estava o industrial e de outros carros que formavam o comboio. À tarde, já em casa, o advogado dele emitiu uma curta nota comunicando que o cliente estava bem de saúde, porém não iria falar publicamente sobre o caso.
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A Folha apurou que ele foi sequestrado quinta-feira, ao retornar da Tabacaria del Este, em Hernandárias, distante 35 quilômetros da fronteira. Sozinho num Mitsubishi Montero blindado, parou numa blitz formada por cinco pessoas com fardas da Polícia Nacional do Paraguai, já em Ciudad del Este. A polícia prometeu investigar eventual participação de soldados.
Armados com fuzis, os bandidos o retiraram do automóvel à força, obrigando-o entrar em outro carro, que o levou para o cativeiro. Durante a abordagem, a vítima sofreu uma agressão física no braço esquerdo - único momento de violência. Logo, Cabral foi encapuzado, o que impediu contato visual com a quadrilha, e levado ao cativeiro.
O abrigo ficava a poucos quilômetros do centro comercial de Ciudad del Este. Cabral permaneceu algemado nos três primeiro dias. No quarto dia, foi levado para outro cativeiro.
Nas mais de 110 horas de cativeiro, ele confirmou sua integridade física em vários contatos telefônicos com a família. Estima-se que 12 pessoas passaram pelo abrigo, todas falando espanhol com fluência. Segundo a nota, ''provavelmente não há participação de brasileiros'', porém há suspeita que o grupo tinha informações dos procedimentos adotados, em Foz, pela família.
No domingo, dois homens do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), da Polícia Civil, seguiram de Curitiba para Foz com propósito de comandar a negociações. As cifras solicitadas, inicialmente, corresponderiam a um quinto da quantia paga, algo em torno de US$ 1 milhão, mas advogado do industrial nega esse montante e evitou comentar o valor.
O acordo foi fechado na segunda-feira. Hoje, às 9 horas, o dinheiro foi deixado no local indicado no bairro San José, em Ciudad del Este. Quatro horas depois, o refém foi solto. Na quinta-feira, a família pediu para a imprensa não divulgar o caso até o fim do sequestro por questões de segurança. A Folha respeitou o pedido.