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Interior do Paraná sofre com falta de médicos

Denise Angelo - Folha do Paraná
17 mai 2001 às 11:31

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Estão faltando médicos nos municípios do Interior do Paraná. Apesar de a relação entre o número de profissionais e habitantes estar dentro da recomendada pelo Ministério da Saúde, a má distribuição de médicos favorece os grandes centros em detrimento das pequenas cidades. Atrair médicos para trabalhar no Interior está se tornando um desafio para as administrações municipais. O parâmetro recomendado para um bom atendimento é uma média de quatro clínicos gerais e um médico especialista para cada grupo de cinco mil habitantes.

Na Região dos Campos Gerais, por exemplo, há municípios que precisariam ter duas vezes mais clínicos gerais para atingir os parâmetros do Ministério da Saúde. Quando se trata de médicos especialistas, a situação é ainda pior. A maioria das cidades simplesmente não conta com especialistas. Os pacientes que necessitam de atendimento especializado acabam tendo que se deslocar para outras cidades, sobrecarregando o sistema de atendimento do município que dispõe do serviço.

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Em Jaguariaíva (118 quilômetros de Ponta Grossa), são 16 clínicos gerais para atender a uma população de 30.737 pessoas. O ideal seriam pelo menos 25 clínicos. Em Castro a situação é um pouco melhor, mas ainda assim faltam médicos. São 41 clínicos, quando deveria haver 50. Em Porto Amazonas, onde deveriam existir três médicos, só existe um para atender 4.233 pessoas.

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A oferta de atendimento com médicos especialistas é ainda mais escassa. Ponta Grossa, por exemplo, deveria ter 54 médicos de cada especialidade. No caso dos geriatras, eles são em apenas dois médicos. Dos oftalmologistas da cidade, apenas dois são credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Eles ainda precisam atender pacientes de outros 11 municípios da 3ª Regional de Saúde, já que em nenhuma dessas cidades existe um oftalmologista atendendo pelo SUS.

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O mesmo acontece com gastroenterologistas, endocrinologistas, cardiologistas, cirurgiões pediátricos e cardiologistas pediátricos. São no máximo dois credenciados ao SUS para atender Ponta Grossa e toda a região. "No caso de alguns procedimentos ortopédicos mais delicados não há nenhum profissional em Ponta Grossa ou na região", conta a chefe da seção de Integração e Promoção de Assistência à Saúde, da 3ª Regional de Saúde, Rosemari Kovalechyn. Nesses casos, os pacientes são encaminhados a Curitiba.


Para a chefe da 3ª Regional, Silvana Maggi Shuartz, a dificuldade em atrair médicos existe porque os municípios não tem muito a oferecer. "São cidades pequenas, onde o profissional não encontra a oportunidade de fazer uma especialização, não tem opções culturais e de lazer." Outro atrativo seria a remuneração, mas a maioria dos municípios não tem condições de pagar altos salários.

Recentemente a prefeitura de Ponta Grossa abriu concurso para médicos que deveriam atuar no programa Saúde da Família. A remuneração oferecida era de R$ 4,6 mil por oito horas diárias de trabalho, mas as vagas não foram preenchidas.


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