Cerca de 1,2 mil famílias judias no Paraná comemoram hoje Hanucá, que é o fim da leitura da Torá - o livro sagrado dos judeus. A data lembra também a libertação do templo de Jerusalém. Como parte das comemorações, até dia 29 de dezembro, as famílias judias devem acender uma vela de um candelabro ao final de cada tarde. Em Curitiba, na Praça 29 de Março, será acesa uma vela por noite nos próximos sete dias. Só em Curitiba existem 800 famílias judias que seguem as tradições do fim de ano, segundo a Associação Religiosa Cheevra Kadicha.
O Hanucá comemora a libertação do templo de Jerusalém, em 165 a.C. Nesse ano, os judeus se rebelaram contra a determinação do rei da Síria, Antiocus, de seguir a cultura greco-helênica. Eles ficaram indignados com a proibição do cumprimento dos preceitos do Torá (bíblia judaíca) e expulsaram os greco-pagãos do Templo Sagrado.
No local, encontraram um vidro de azeite de oliva que manteria um candelabro aceso por 24 horas. Mas a chama persistiu por oito dias. Em comemoração a esse milagre, foi criada essa festa, que começa após o encerramento das leituras do Torá e coincide com o fim do ano cristão. O calendário judaico é lunar. Assim, os dias da comemoração de fim de ano entre os judeus são diferentes do calendário romano (oficial no Brasil).
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"Não há nenhuma relação com o nascimento de Cristo, mas os avós costumam presentar os netos e além de acender as velas temos rezas específicas para o período", explica Milton Paciornik. Durante o Hanucá cresce a procura por comida kosher entre os judeus. Paciornik é proprietário do Armazém da Gula, único restaurante em Curitiba que vende kosher (que segue preceitos religiosos).
Esse alimento é abençoado e supervisionado por um rabino e normalmente pode ser comprado apenas nas sinagogas. Os judeus ortodoxos comem Kocher durante todo o ano. Mas durante as festas, os não ortodoxos também costumam consumir a comida abençoada. "Kosher é um termo de origem hebraica que significa correto, apropriado, de acordo com as leis", explica Paciornik.