Um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Célio Rodrigues, que coordena o grupo de 150 trabalhadores rurais que invadiram uma área da Monsanto em Ponta Grossa, disse nesta quarta-feira que aprova a decisão do governador Roberto Requião (PMDB) para que todas as desocupações de áreas invadidas e ações de reintegração de posse sejam filmadas e acompanhadas pela imprensa e pelo Ministério Público.
''Essa é a minha opinião pessoal. Com o grupo ainda não discutimos a questão'', explicou o líder. No seu entendimento, ''todas as ações que ajudarem a reduzir a violência de policiais serão bem-vindas''.
A decisão do governador foi tomada em decorrência da violência sofrida por integrantes do MST na Fazenda Alvorada, em Lindoeste (50 quilômetros ao sul de Cascavel), no sábado passado.
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A ação culminou com o afastamento do comandante do batalhão de Cascavel e de dois oficiais.
Os cerca de 150 integrantes do MST continuam na área de 43 hectares, que era usada pela Monsanto para fazer experiências com transgênicos.
Eles já receberam a notificação da reintegração de posse, mas não pretendem atendê-la.
''O que nós temos é disposição para trabalhar'', informou Rodrigues.
Segundo ele, nesta quarta-feira os trabalhadores montaram a primeira estufa de hortifrutigranjeiros, atividade a que devem se dedicar nos próximos dias.
O Sindicato Nacional de Produtores Rurais (Sinapro) prometeu nesta quarta-feira entrar com uma ação no Tribunal de Justiça do Paraná, pedindo a prisão do comandante geral da Polícia Militar, David Antonio Pancotti, e a intervenção federal no Estado, com consequente afastamento do governador Roberto Requião (PMDB).
Mas até o final do dia o TJ não tinha recebido nenhuma ação do gênero. A entidade justifica sua decisão, alegando que está havendo desobediência no cumprimento de determinação judicial para reintegração de posse da Fazenda Três Marias, em Manoel Ribas, no Vale do Ivaí.
A Monsanto encaminhou nesta quarta-feira pedido à Secretaria de Segurança para ajudar na reintegração.
O pedido foi feito em reunião com a Comissão Especial de Mediação das Questões Fundiárias, no Palácio Iguaçu.
De acordo com o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, padre Roque Zimmermann, que preside a comissão, uma posição sobre o conflito só será tomada na próxima semana.