Mães de detentos abrigados na cadeia pública de Marilândia do Sul (80 km de Londrina), no Norte do Paraná, procuraram o Centro de Direitos Humanos para denunciar os constantes casos de tuberculose na unidade, que convive há vários meses com a superlotação. Hoje, são 52 presos que vivem em um espaço criado apenas para oito pessoas. A situação caótica não é novidade. Em maio do ano passado, o Miinistério Público entrou com uma ação pedindo agilidade na transferência dos criminosos, mas o processo foi suspenso no Tribunal de Justiça.
Essa é a realidade enfrentada por Lucimara da Silva Pereira, que teve o filho preso no final de janeiro depois de se envolver em uma confusão que terminou em morte. "Eu sei que o caso da cadeia é precária, mas todas as pessoas que vão visitar os parentes reclamam dessas condições", disse. "Não têm direito ao banho de sol, dormem no chão e são maltratados quando estão doentes". Segundo ela, o jovem teria "pegado tuberculose depois de ser detido. Era um rapaz forte, com físico invejável", comentou.
Outra mãe relatou as mesmas dificuldades. Para ela, que preferiu não se identificar, está difícil encontrar uma saída para esse problema. "A gente ficou sabendo que a cadeia estava com três casos de tuberculose, mas que esse número teria aumentado para 13 nos últimos dias", argumentou. O filho dela foi preso por roubo em 2016 e já foi condenado, mas, assim como os outros detentos, aguarda transferência.
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Há menos de um ano em Marilândia do Sul, o delegado Felipe Ribeiro informou ao Portal Bonde que a "onda" de infeccção começou há seis meses, mas reconheceu que o registro tem aumentado nas últimas semanas. "A situação aqui é caótica. O risco de contaminação é altíssimo pela estrutura precária da cadeia". Sem banho de sol, a tendência é que os casos apareçam com mais frequência. "Imagine todo mundo vivendo apertado. Aí um que está doente tosse. O que vamos fazer?", lamentou.
Em nota, o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) avaliou que "apenas dois presos foram identificados com tuberculose na cadeia de Marilândia do Sul. Eles foram encaminhados, ainda em março, para tratamento no Complexo Médico Penal, em Curitiba, que é referência no tratamento da doença. Até o momento, nenhum outro caso foi confirmado".